PMs acusados de desvio de R$ 300 mil de assalto serão ouvidos em audiência

07/03/2018 08h30


Fonte Cidadeverde.com

A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público contra os dois policiais militares acusados de se apropriarem de R$ 304 mil apreendidos durante assalto frustrado ao Banco do Nordeste da avenida João XXIII, em Teresina, no ano passado. A primeira audiência de instrução do processo foi marcada para o dia 17 de abril.

Os investigados são o cabo Wanderley Rodrigues da Silva e o soldado Erasmo de Morais Furtado, ambos lotados no 5º Batalhão de Polícia Militar. A investigação apontou que os dois tiveram acesso direto ao dinheiro levado pelos criminosos em duas lixeiras.

Imagem: Cidadeverde.comPMs acusados de desvio de R$ 300 mil de assalto serão ouvidos em audiência.(Imagem:Cidadeverde.com)

Do Banco do Nordeste foram retirados R$ 717.329,66 pelos dois PMs. A investigação indica que os militares descumpriram o procedimento e tiveram tempo para desviar parte do dinheiro. Do montante, apenas R$ 412 mil foram entregues ao Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco).

Na denúncia consta que o cabo Wanderley ordenou que o preso fosse levado em uma viatura e, na guarnição que ele conduzia, os bens apreendidos, inclusive, o dinheiro. Contudo, o PM não foi direto para a delegacia e desviou o caminho para o 5º BPM, de acordo com o Ministério Público. Ainda segundo a denúncia, no Batalhão da PM, ele teria transferido o dinheiro para a viatura do comandante e só depois seguiu para a sede do Greco.

O desvio da rota até a delegacia foi comprovada por meio de quebra de sigilo telefônico.

"Cheguei a conclusão que foram os dois. Isso não quer dizer que se no decorrer da instrução ficar comprovada a participação de um terceiro, essa denúncia não poderá ser editada e incluída essa pessoa",
disse o promotor Assuero Stenvenson.

Até o momento não há indícios de participação dos comandantes do 5º BPM.

"Se eles agiram em acordo com os comandantes, nem eles disseram isso durante o Inquérito Policial Militar (IPM)",
destaca o representante do Ministério Público.

Durante a fase de inquérito, os PMs- que permanecem presos- ficaram em silêncio.