PolÃcia Civil do PI deflagra 3ª fase de operação contra golpes em beneficiários de precatórios
30/09/2020 14h42Fonte G1 PI
Imagem: Ascom / Polícia Civil do PiauíPolícia Civil do Piauí
A Polícia Civil do Piauí (PC-PI) deflagrou, nesta quarta-feira (30), a terceira fase da Operação Precatórios, que investiga crimes de estelionato praticado contra pessoas que teriam direito a receber precatórios.
De acordo com o delegado Matheus Zanatta, Gerente de Polícia Especializada, o objetivo dessa fase foi prender o alto escalão da organização criminosa.
“O foco também era atacar o patrimônio desse grupo criminoso que lesou dezenas de vítimas em todo o país. Essas pessoas presas hoje são as que ficavam com maior percentagem do dinheiro arrecadado com os golpes”, informou o delegado.
Foram cumpridos, pela PC-PI, 23 mandados de busca e apreensão e 12 mandados de prisão no Ceará, com apoio da Polícia Civil cearense.
Segundo a Polícia Civil piauiense, as polícias civis dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina também contribuíram, com informações, para a continuidade da Operação Precatórios.
Criminosos se passam por desembargadores
Conforme a investigação, os criminosos se passavam por desembargadores e auditores de Tribunais de Justiça em diversos estados brasileiros. A investigação teve início depois que os bandidos começaram a entrar em contato com vítimas passando informações falsas sobre o recebimento de precatórios e exigindo valores.
Um dos casos foi registrado em Teresina, em janeiro deste ano. De acordo com o boletim de ocorrência, um suposto funcionário do TJ-PI entrou em contato com a vítima informando que o precatório estava com a guia de pagamento liberada e que ela teria que ligar para o presidente do Tribunal.
A vítima entrou em contato e o criminoso, que se passou pelo presidente, alegou que ela receberia uma quantia de R$ 68 mil, porém, teria que realizar um depósito de R$ 5,5 mil para ocorrer a liberação do dinheiro.
Em vários estados
há indícios de crimes praticados nos estados da Paraíba, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Durante o período investigado, os autores tentaram o golpe contra cidadãos habilitados nas listas dos Tribunais de Justiça do Piauí, de Santa Catarina e do Espírito Santo.
Forma de atuação
Precatório é forma de um ente público realizar o pagamento devido ao autor de uma ação judicial. Segundo o delegado Matheus Zanatta, os autores desses crimes verificavam no site dos tribunais a lista de cidadãos habilitados a receber precatório e então aplicavam uma "engenharia social", fazendo com que a vítima fizesse alguma espécie de pagamento prévio para então poder receber seus valores.
"Os autores se valiam de pesquisas em fontes abertas como buscadores de internet, e em fontes fechadas como empresas de bancos de dados para obter informações reais das vítimas e seus processos e dar credibilidade aos golpes”, descreveu o delegado Anchieta Nery, titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática, unidade que prestou suporte técnico à investigação.