PolÃcia Civil traça novo perfil de usuários de drogas em Teresina
11/03/2019 08h00Fonte CidadeVerde.com
A Polícia Civil do Piauí estuda a mudança do perfil dos usuários de drogas em Teresina. De acordo com o coordenador da Delegacia de Prevenção e Repressão a Entorpecentes (Depre), delegado Cadena Júnior, os usuários estão deixando a maconha e usando cada vez mais a cocaína. O estudo parte da análise das estatísticas de drogas apreendidas pela Depre.
De janeiro a dezembro de 2018, as operações da Depre apreenderam 309.792,33 gramas de cocaína contra 135.123,05 gramas de maconha. Já os dados de janeiro a dezembro de 2017 apontam uma proporção inversa, foram apreendidas 466.115,22 gramas de maconha e 94.257,98 gramas de cocaína. De 2017 a 2018, a apreensão de cocaína aumentou em quase 400%.
Essa alteração abrupta de um ano para o outro chamou a atenção do coordenador Cadena Júnior e da sua equipe, que em trabalho conjunto com o Núcleo de Estatística da Polícia Civil e da Secretaria de Segurança Pública do Estado, com apoio do delegado João Marcelo, analisam os dados.
A cocaína em pó e o crack são feitas a partir da mesma substância e extraída das folhas da coca, mas passam por processos diferentes. Enquanto a cocaína é um substância simples, que é o cloridrato, o crack passa por diversas misturas, que envolvem bicarbonato de sódio e querosene, sendo que o crack pode matar o usuário em cinco anos.
"Da pasta base da cocaína saem o cloridrato da cocaína e, do substrato remanescente, mistura-se com outras substancias e vira o crack", explica Cadena.
Essa mudança de comportamento do usuário de drogas, segundo Cadena Júnior, pode estar relacionada ao valor da cocaína, em especial o crack, por ser mais barata que outras drogas. Outro ponto destacado pelo delegado é que os efeitos psicoativos provocados pelo crack no corpo humano é muito mais rápido e forte do que a maconha em si.
"O crack é uma droga barata, de fácil armazenamento, e mais difícil da polícia descobrir, estando ele quebrada em pedrinhas. Ele possui poder viciante gigantesco em relação a maconha e a própria cocaín. A fumaça entra no cérebro em 15 segundos e o efeito no organismo dura uns 15 minutos. No entanto, a fissura por outra pedra é enorme, podendo um viciado de crack passar a noite toda utilizando várias pedrinhas", explica Cadena.
Logo, a polícia começa entender que o "perfil dos viciados está sendo o do crack porque é mais barato, muitíssimo pesado e os efeitos são mais rápidos", ressalta o coordenador.
Com base nos dados pesquisados e analisados, a Depre busca traçar campanhas de prevenção ao uso de entorpecentes e fortalecer o combate ao tráfico de drogas em Teresina. Além disso, o estudo dos perfis dos usuários de drogas ajuda na elaboração de políticas públicas para o Estado.
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