Policiais civis, militares e bombeiros protestam contra o governo no PiauÃ
26/05/2015 14h18Fonte G1 PI
Policiais civis, militares e bombeiros voltaram a protestar mais uma vez nesta terça-feira (26) em Teresina. De forma simultânea, as categorias fizeram manifestação em frente à Delegacia Geral e Praça da Liberdade, onde um acampamento foi montado. Os servidores são contra a proposta do governo do estado de parcelar o reajuste em duas vezes, que tem por base o subsídio de 30% dos cargos de delegado ou coronel.O protesto acontece um dia depois dos delegados anunciarem uma paralisação por tempo indeterminado. Eles também cobram melhoria salarial, promoções e melhores condições de trabalho.
Imagem: Catarina Costa/G1Policiais militares e bombeiros montaram acampamento em protesto.
De acordo com Toni Boron, representante do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpolpi), a categoria não aceitou a proposta do governo de pagar apenas 50% do reajuste esse ano e deixar o restante para 2016. Ele reclama que os policiais estão há dois anos sem promoção e diz que as diárias pagas aos civis não correspondem com a função.
“Falta estrutura, condições de trabalho, coletes, armamento e ainda pessoal. Estamos recebendo tickets de R$ 90”, disse.
O presidente do Sinpolpi, Constantino Júnior, disse que não existe valorização dos policiais civis. “O governo tirou a condição especial de trabalho das chefias de plantão, cortou gratificações e em muitas delegacias só existe um único responsável pelas demandas quando o delegado não etsá presente”, falou.
O perito Francisco Leal também estava na manifestação e expôs a indignação da categoria. Segundo ele, a falta de pessoal é um dos principais problemas enfrentados pelos peritos que atuam no Piauí.
“A nossa luta, de escrivães e peritos, além de salarial, é também pela falta de material e principalmente recursos humanos. Hoje existem cerca de 120 peritos enquanto o ideal seria três vezes esse número. O déficit sobrecarrega os servidores que se deslocam para o interior e trabalham sem a mínima estrutura”, desabafou.
Acampamento
Os policiais militares e bombeiros montaram um acampamento na Praça da Liberdade e só devem deixar o local quando forem recebidos pelo governador Wellington Dias.
"Queremos dialogar, pois simplesmente fecharam as portas de negociação. Não aceitamos dividir novamente a última parcela do reajuste firmado quatro anos atrás, para maio de 2015 e 2016. Hoje um policial militar do Piauí trabalha desmotivado, alguns com 25 anos sem promoção e ainda é obrigado a comprar o próprio fardamento, porque não contamos com nenhuma estrutura do estado", declarou o presidente da Associação Cabos e Soldados do Piauí (Abecs), Agnaldo Oliveira.
Ainda de acordo o presidente da Abecs, os policiais militares querem discutir o reajuste salarial de 22% para os próximos quatro anos e um maior efetivo. Para ele, o comando chega ao déficit de seis mil, enquanto o quadro pessoal tem somente cinco mil homens e todo ano cresce o número de aposentados.
Para o Corpo de Bombeiros a situação é ainda pior, segundo o vice-presidente da Associação Bombeiros Militares do Piauí (Abmepi), tenente Flaubert Rocha. Ele destaca que a falta de estrutura e de pessoal são as principais reivindicações da categoria.
"Recentemente a Abmepi entrou com um processo no Tribunal Regional do Trabalho, porque estamos sem equipamentos de segurança pessoal e ganhamos indenização de R$ 2,5 milhões. O problema é que esse dinheiro sumiu e continuamos na mesma situação, queremos uma sindicância para saber em que o valor foi gasto", contou.
Imagem: Catarina Costa/G1Flaubert Rocha destaca problemas de estrutura no Corpo de Bombeiros.
Para o representante da Abmepi, há uma necessidade de mais 1.800 bombeiros no estado, que conta apenas com 320 homens e quatro unidades. Como solução para amenizar o problema, Flaubert Rocha prometeu entrar com uma ordem judicial para retirar os bombeiros dos aeroportos do Piauí.
"São 30% do nosso efetivo fazendo um serviço civil, já que a Infraero era quem deveria contratar estes profissionais. Já contamos com um quadro baixo e ainda fazemos funções que não são de nossa competência. Precisamos convocar os aprovados no último concurso para suprir parte da demanda", disse Rocha.