Prédio da 1ª cadeia de Campo Maior hoje abriga projeto com aulas de música para jovens

29/01/2023 10h40

Fonte G1 PI

O prédio onde antes funcionava a primeira cadeia pública do município de Campo Maior, no Norte do Piauí, ganhou um novo significado. Se antes o local era um espaço de aprisionamento, hoje é um espaço de arte, criatividade. O lugar abriga um projeto que oferece aulas de música para crianças e adolescentes.

De 1856 a 1985, no prédio funcionava a penitenciária. O local ficou abandonado por um período e, agora, é onde diversos jovens aprendem a cantar e a tocar diversos instrumentos.

“Hoje é um espaço que liberta, antes era um espaço de muito sofrimento e aprisionamento”, declarou o idealizador do projeto, Gean Medeiros.

Denominado “Lar da Juventude”, o projeto tem como foco as crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.

“Nosso público-alvo são as crianças da periferia, são as crianças das escolas públicas, porque elas que nós queremos, de certa forma, atingir com a música clássica. Aqui oferecemos aula de trompete, trombone, saxofone, teclado, violino, violoncelo, contrabaixo acústico. Nós somos a única da região dos Carnaubais”, afirmou Gean.

Felipe Gadelha é um dos professores do projeto. Ele aprendeu a tocar saxofone também em uma escola de música voltada para jovens em situação de vulnerabilidade e dá aulas no “Lar da Juventude” há cinco anos.

“Participei desse projeto no ano de 2008. Desde lá, me interessei pela música. Fui tocando vários instrumentos, comecei com instrumento de sopro, depois fui passando para as cordas, bateria, e assim fui me apaixonando pela música. Até hoje sou envolvido com música, não trabalho com mais nada, só na parte musical. De cinco anos pra cá, passei a ensinar música também. Particularmente pra mim significa tudo, porque o que é a vida? Música. O que seria dessas crianças sem um projeto como esse?”, comentou.

Outro professor da instituição é João Paulo, que também faz parte da Orquestra Sinfônica de Teresina. “Como é um projeto social, e eu também vim de projeto social, eu me vejo nas crianças”, disse.

O projeto já mudou a vida de quase 300 jovens. Um dos beneficiados é o menino Paulo de Tarso, que se interessou pela música na escola. “Eu estava em uma escola e lá eu vi o professor dando aula e comecei a tocar esse sax aqui. Ele disse que tinha uma vaga aqui e eu pedi pra entrar”, afirmou.

Para o idealizador do projeto, o local não é somente uma escola de música, mas também um lugar de partilha.

“Nós acreditamos muito nisso, que a arte vai influenciar na formação dessas crianças. Porque também é um ambiente de socialização, ambiente de fortalecimento de vínculos. Nós vamos além de ser escola de música, é uma escola de formação, é um lugar de interação, um lugar de encontro, um lugar de partilha”, finalizou Gean Medeiros.

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