Prefeitura alerta para necessidade de reforçar dique da av. Boa Esperança
03/01/2019 07h34Fonte CidadeVerde.com
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O diretor executivo do Programa Lagoas do Norte, Leonardo Madeira, em entrevista ao Jornal do Piauí, falou sobre os riscos de rompimento do dique, na avenida Boa Esperança, na zona Norte de Teresina. Ele também destacou sobre a necessidade desapropriação da área para evitar problemas maiores e garantir a segurança dos moradores da região.
"A Prefeitura de Teresina, diante dos laudos apresentados e perícias realizadas, não pode mais garantir a segurança do dique se por ventura ocorrer um fenômeno semelhante ao que aconteceu na década de 80, que foi o encontro dos picos de cheia do rio Parnaíba e Poti, onde os diques são solicitados em termos máximos, em uma magnitude bastante elevada", disse Madeira.
Segundo o diretor, "o fenômeno que aconteceu da década de 80 é estipulado pelos especialistas no tempo de recorrência de aproximadamente 100 anos. Pode ser que esse fenômeno venha a acontecer daqui a 100 anos, mas pode ser que ele aconteça no ano seguinte, no próximo ano em 2020. Nós não temos o menor controle sobre os fenômenos da natureza; o que nós podemos é nos precaver adotando as medidas de engenharia para garantir o mínimo de segurança a população".
Estrutura comprometida
A prefeitura discute a necessidade de desapropriação de algumas residência devido o risco de rompimento do dique uma vez que a avenida Boa Esperança foi construída por cima dele. Estudos apontam que a construção de residências do outro lado da avenida esteja afetado a estrutura de contenção das águas do rio Parnaíba, quando o mesmo está cheio.
"Havia se uma discussão sobre a existência do risco em si. Esse risco foi definido a partir de estudos, perícias e hoje está bastante consolidado e o entendimento compreensível por parte da população teresinense", afirmou o diretor, ressaltando o processo de elaboração de um termo de contratação para uma empresa que vai elaborar o projeto de engenharia. "Tudo isso irá acontecer no ano de 2019", reforçou Madeira.
"Nesse sentido, nós não poderíamos mais garantir mais a segurança até porque a perícia mostrou que houve um rebaixamento do dique em si. Então, o dique já rebaixou em diversos trechos; (precisa das) obras de reestruturação mais um alteamento na sua cota de coroamento ao qual visa justamente barrar essas águas se por ventura ocorrer um fenômeno como aconteceu na década de 80".
Desapropriações
Ele informou que até o momento não há previsão para desapropriações de propriedades localizadas às margens da Avenida Boa Esperança, na zona Norte de Teresina, enquanto o projeto de reengenharia para a região não for finalizado.
"A Prefeitura de Teresina se comprometeu no ano de 2018, em reunião com o Ministério Público, de elabora um projeto de engenharia que venha de fato apontar a melhor solução para a região. Uma solução que seja menos custosa, não apenas no âmbito financeiro, mas também em termos sociais. Ou seja, uma solução que venha a se adaptar à região, que supra a necessidade e venha a resolver o problema, e incorrer no menor número de desapropriações possíveis. Esse é o nosso objetivo e interesse", disse o diretor.
Leonardo Madeira reforçou que a Prefeitura de Teresina dialoga com os moradores que poderão sair das suas residências. "Esse diálogo é permanente. Há mais de três anos a gente conversa com a população de Teresina. Esse entendimento já foi pacificado. Existe uma compreensão por parte de uma população teresinense e a prefeitura está tomando as previdências cabíveis e necessárias para a resolução desse problema, e temos recursos para isso", garantiu o diretor.
Até o momento a Prefeitura de Teresina não sabe informar quais e nem quantas famílias serão desapropriadas por conta da obra de reestruturação do dique.
O diretor antecipou apenas que para essas famílias haverão três opções, assim como para as famílias que poderão ser desapropriadas devido a execução do Projeto Lagoas do Norte, que são: indenização do próprio imóvel, um imóvel em um residencial no Programas Lagoas do Norte ou o reassentamento monitorado, que é quando o programa em si pode adquirir um imóvel na vizinhança de onde o morador já estava estabelecido.