Projeto antirracista será implantado na PolÃcia Militar do PiauÃ
02/03/2023 08h52Fonte G1 PI
Imagem: Gonzalo Fuentes/ReutersProjeto antirracista será implantado na Polícia Militar do Piauí.
O comandante-geral da Polícia Militar do Piauí, Scheiwann Lopes, se reuniu na manhã desta quarta-feira (1) com representantes da corporação e da Secretaria de Estado da Assistência Social (Sasc) sobre a implantação de um projeto antirracista na polícia. A previsão é que o projeto seja implementado a partir do mês de maio.
A superintendente da promoção da igualdade racial e povos originários do Piauí, Assunção Aguiar, explicou que o objetivo é inserir a discussão antirracista nos cursos de formação de policiais militares para que sejam formados agentes de segurança mais humanizados em relação aos grupos mais vulneráveis da sociedade.
“A ideia é que a gente possa ter cursos de capacitação para que nós possamos ter policiais com uma humanização no atendimento na rua com a juventude, com as comunidades em geral. São capacitações para que a gente possa ter uma polícia antirracista atuando no estado”, afirmou Assunção.
Segundo Scheiwann Lopes, o assunto será colocado nas grades curriculares da formação desses agentes. “Estamos em conjunto com o CEP e a DEIP para inclusão nas nossas grades curriculares, massificando com o curso de capacitação, complementando as cargas horárias daquilo que entendemos ser pertinentes para a sociedade”, declarou o comandante-geral.
Violência policial
Imagem: Arte/G1 Selo lâmina inciativa contra a violência policial.
A Rede de Observatórios da Segurança divulgou novembro do ano passado que, em 2021, 75% das pessoas que morreram por intervenções de agentes de segurança no Piauí eram negras. Em Teresina, o índice é ainda maior: 83%.
No estado, das 32 pessoas que morreram em ações policiais, 20 são pardas e 4 são pretas, ou seja, 24 negras, seguindo o critério do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que considera negros o somatório de pardos e pretos.
A instituição responsável pelo levantamento informou que a maioria das ações policiais acontecem em regiões periféricas, onde há falta de infraestrutura, educação, saúde, entre outras questões que colocam essas pessoas em situação de maior vulnerabilidade.