Remédio que teria causado morte de jovem será apreendido
08/11/2018 07h32Fonte CidadeVerde.com
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A Diretoria de Vigilância Sanitária do Estado (DIVISA) determinou que as Vigilâncias Sanitárias Municipais realizem procedimentos de apreensão e inutilização dos produtos “Redufite” ou “Redufite Gold” em todo Piauí.
A decisão é tomada três dias após a jovem Luana Raquel Eufrásio, de 23 anos, morrer depois de sofrer um ataque cardíaco em Oeiras, município a 313 km de Teresina. A família da jovem acredita que a parada tenha sido provocada por um remédio para emagrecer que ela vinha tomando há cerca de seis dias.
"Ela comprou o remédio e dizia que não conseguia nem comer, nem beber água. Sempre com a barriga cheia sem espaço para mais nada. Foi aí que ela parou de ir ao banheiro, de se alimentar e o rim dela parou. Ela chegou a tomar o remédio por cerca de seis dias", explica Joice Madeira, prima da estudante.
Após a morte da jovem, a Diretoria de Vigilância Sanitária do Estado tomou providências para recolhimento do produto e está intensificando fiscalização nos municípios. A diretora da Vigilância Sanitária do Piauí, Tatiana Chaves, em entrevista ao Jornal do Piauí, nesta quarta-feira (07), que "essa é uma oportunidade de estar esclarecendo à população sobre o uso indevido de algum produto, seja ele medicação, cosmético ou alimento".
"Esse produto não tem registro junto a ANVISA. O produto para ser comercializado, fabricado, manipulado, distribuído e divulgado precisa ter esse registro. O Redufite não tem registro, não pode ser comercializado em hipótese nenhuma. É ilegal produto sem registro e inclusive é tipificado no artigo 273 do Código Penal como crime", disse a diretora.
“Assim que tomamos conhecimento desse caso, nós enviamos um ofício circular para os municípios para que essa investigação fosse realizada, bem como a Anvisa, Polícia Civil e aos Conselhos de Classe”, ressaltou Tatiana Chaves.
Em Teresina, até o momento, não foi encontrado nenhum produto da marca referente, embora, após buscas realizadas pela equipe técnica da DIVISA, foram identificadas publicidade e divulgação em estabelecimentos da capital por meio eletrônico.
"Nós fizemos ainda inspeções em algumas clínicas de estética e outros estabelecimentos, mas não foi encontrada a comercialização do produto. Nós estamos também acompanhando as ações que estão sendo realizadas pelas Visas municipais no interior”, acrescentou a diretora.
Questionada sobre os efeitos relatados pela vítima em áudio divulgado nas redes sociais, como desmaios, angustias e eventual parada cardíaca, a diretora respondeu que todo medicamento passa por estudos pré-clínicos e clínicos para a sua segurança e qualidade.
"Quando o produto não tem registro, a gente jamais pode avaliar qualquer situação dessas porque ele não passou por nenhum dessas fases. Na clandestinidade desse produto. Se você também me perguntar sobre a fórmula, eu também não saberei responder porque ele oficialmente não existe para nós órgãos de Vigilância Sanitária".
Tatiana relatou que um ofício foi enviado à Polícia Civil para iniciar um inquérito policial sobre a morte.
"Nós fazemos a parte administrativa até o momento em que a gente identifica esses fatos, se é falso ou não, se existe ou não, e partir daí é uma condução policial porque foge da nossa competência o inquérito".
A diretora pede que as pessoas que tomaram esse tipo de medicamentos levem o produto até a sede da Divisa e informem sobre os sintomas.
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