Sem recursos, Exército suspende Operação Carro-Pipa por tempo indeterminado no Piauí

04/11/2020 18h08

Fonte Cidade Verde

 A Operação Carro-Pipa feita pelo 25° Batalhão de Caçadores do Exército está suspensa no Piauí desde terça-feira (3) por falta de repasse financeiro do Ministério do Desenvolvimento Regional. O comando do 25°BC aguarda recursos para dar continuidade ao serviço. Essa é a primeira vez no ano que o serviço é suspenso por falta de recursos por parte do Governo Federal. Quase 92 mil pessoas são atendidas pela operação.

O capitão Luiz Pereira, coordenador da Operação Carro-Pipa no 25º BC, esclarece que o “Ministério do Desenvolvimento Regional entra com o recurso financeiro enquanto o Ministério da Defesa entra com o recurso humano. A missão do Exército Brasileiro é coordenar e fiscalizar”. O Exército não divulgou valores dos repasses. Outras cidades no Nordeste também tiveram a operação interrompida.

“O recurso sempre chega no final do mês anterior. Não trabalhamos sem recursos. Nós só trabalhamos com crédito, quando está na tela, para liberar o prestador de serviço. Hoje nós temos 280 prestadores de serviço trabalhando, eles são vulgarmente conhecidos como pipeiros. Os 280 prestadores estão distribuídos entre 27 municípios”, diz o capitão.

A coordenação da operação acredita que a situação seja regularizada até o dia 10 de novembro, mas não há previsão de retorno.

A Operação Carro-Pipa possui cadastro de 49 municípios. No entanto, apenas 27 municípios estavam em atendimento, antes da suspensão do serviço. O capitão explica que a operação nos municípios depende da realidade de cada momento. Os demais municípios não estão em atendimento por pendência cadastral ou porque não necessitam temporariamente do serviço.

“A operação acontece de janeiro a dezembro. Os meses em que os municípios mais precisam são setembro, outubro e novembro. Em dezembro, janeiro e fevereiro, com as chuvas, alguns munícipios não precisam do serviço naquele momento”.

Fraude

Para evitar fraudes na distribuição da água por meio da operação, o capitão Luiz Pereira ressalta que um sofisticado dispositivo de monitoramento, instalado nos veículos cadastrados, está em teste e deverá ser efetivado em janeiro de 2021. Uma das fraudes comuns, principalmente cometida pelos pipeiros, é retirar o GPS do caminhão e colocar em uma moto para similar o percurso da entrega da água às pessoas.

“O sistema tem sensor de presença, de movimento. Se alguém mexer nele de maneira diferente, ele vai detectar e acionar a central de monitoramento. O dispositivo vai dizer que é o caminhão ‘x’, da pessoa ‘a’, da cidade ‘x’”, diz.

Os prestadores com suspeita de fraude são suspensão do serviço e respondem por um processo administrativo. “Nós chamamos os suplentes para que a população continue sendo atendida porque ela não pode ser prejudicada”, completa o capitão.

Outro sistema que irá reforçar a fiscalização é o gestor de controle de distribuição de água. “Quando chega ao final do mês, o prestador de serviço tinha 20 carradas, ele colocou 19. O sistema já acusa e manda pagar só as 19. É pago mediante prestação do serviço. Eu recebendo o recurso, já faço o empenho”.

A operação do Exército Brasileiro atende as zonas rurais dos municípios. A zona urbana é atendida pela Defesa Municipal de cada cidade.

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