Seminário aborda participação feminina na polÃtica em diferentes debates temáticos
26/04/2024 16h34Fonte Governo do PiauÃ
Imagem: DivulgaçãoSeminário "Mais Mulheres na Política sem Misoginia" contou com painéis temáticos que abordaram diversas questões.
O Seminário "Mais Mulheres na Política sem Misoginia" aconteceu, nesta sexta-feira (26), com discussões importantes, reunindo participantes do setor público e diversas lideranças femininas. A programação abrangeu painéis temáticos que abordaram questões diversas. Especialistas e líderes locais se juntam para debater "Mulheres na Política: participação política, desigualdades de gênero e ações concretas"; "Mulheres, Política e Comunicação: o uso das redes sociais como palanque"; e "Eleições 2024 e o Calendário Eleitoral: fundo partidário e aspectos legais para as candidaturas femininas".
No início do evento, o painel inaugural intitulado “Mulheres na Política: participação política, desigualdades de gênero e ações concretas” reuniu mulheres como Jôve Oliveira, prefeita de Piripiri, a vereadora de São João do Piauí, Adriana de Castro, a diretora-geral do TRE-PI, Silvani Maia, e a ex-vereadora Rosário Bezerra. A discussão foi conduzida pela secretária de Estado das Mulheres, Zenaide Lustosa, com discussões relacionadas à presença e atuação feminina nos cenários políticos, enquanto delineava estratégias para enfrentar as disparidades de gênero.
A prefeita Jôve Oliveira compartilhou uma percepção pessoal, quando ela percebeu que o seu mundo era o seu próprio bairro, faculdade ou cidade. "Nosso mundo é exatamente o lugar que temos como nosso território". Ela destacou as dificuldades enfrentadas ao buscar recursos para candidaturas femininas, ressaltando que a política é um ambiente particularmente desafiador para as mulheres. Durante sua fala, ela abordou os obstáculos que enfrentou ao conquistar o cargo de prefeita. "Em primeiro lugar, os rótulos. Imagine a 4ª maior cidade do estado que nunca havia sido governada por uma mulher. Em segundo lugar, o fato de ser mulher, o que muitas vezes resulta em nossas opiniões sendo desconsideradas e nossas vozes sendo silenciadas", explicou a prefeita.
Adriana de Castro pontuou que o Estado representa um ambiente misógino e preconceituoso, enraizado em uma estrutura patriarcal. “Quebrar essa estrutura patriarcal cabe à nossa luta e resiliência. Cada um dos direitos que conquistamos até aqui, desde o direito de estudar ao direito ao voto, nada disso foi a favor, foi fruto de muita luta, de sangue e vidas de outras mulheres. Se estamos aqui, é porque alguém fez essa luta por nós e precisamos dar continuidade a essa luta”, explicou. Ela enfatizou que não é suficiente ser apenas forte; é essencial também possuir a habilidade de se adaptar, pois lamentavelmente as mulheres enfrentam muitas adversidades nesse cenário.
No segundo painel, que reuniu os temas “Mulheres, Política e Comunicação: o uso das redes sociais como palanque” e “Eleições 2024 e o Calendário Eleitoral: fundo partidário e aspectos legais para as candidaturas femininas”, as participantes trouxeram uma perspectiva diversificada e especializada sobre os temas. Luri Almeida, redatora da renomada S/A Propaganda, juntou-se a Brenda Félix, coordenadora do Centro de Referência “Raimundo Pereira” da SASC, e Maria Clara Silveira, coordenadora do Elas Vivas Lab da Sempi. Elas conduziram o debate explorando como as redes sociais se tornaram tão necessárias para a participação política das mulheres.
A coordenadora Maria Clara esclareceu que o laboratório representa uma ferramenta dentro da Secretaria para a análise de dados sobre as mulheres no Piauí. "Ao examinar os dados relativos à participação das mulheres na política, fica evidente que os números são desanimadores. 67% dos municípios piauienses não registraram sequer candidaturas femininas para prefeitas", destaca Maria Clara. "Do ponto de vista sociológico, as mulheres não são incentivadas desde cedo a buscar esses espaços", ressalta.
Segundo Maria Clara, o seminário apresentou estratégias para as mulheres que estão considerando se candidatar, oferecendo conhecimentos sobre o funcionamento dos processos. "Comunicação é o ato de tornar algo comum. Quando você é candidata, precisa apresentar suas propostas ao mundo", conclui.
Brenda Félix ressaltou a importância de considerar a diversidade nos espaços políticos. "As pré-candidatas precisam se aprofundar na leitura das normativas, estar extremamente atentas à comunicação e lidar com diversas questões administrativas durante a campanha", destaca Brenda. Ela observou que, desde 2020, a comunicação por meio das redes sociais se tornou um elemento central nas campanhas políticas, com várias resoluções que agora restringem certos aspectos relacionados às redes sociais. "É importante que estejamos vigilantes em relação à comunicação para evitar problemas com nossas candidaturas", ressalta Brenda.
A redatora Luri Almeida, por sua vez, compartilhou dicas para mulheres que planejam se candidatar. Ela enfatizou a importância de saber contar sua própria história, destacar os trabalhos sociais realizados e identificar as principais ameaças, como possíveis interferências dos concorrentes. Além disso, falou sobre a necessidade de realizar uma profunda reflexão sobre o autoconhecimento, identificando pontos fortes e fracos na personalidade, bem como o papel da família e como ela pode contribuir. Luri também mencionou a importância de conhecer os maiores concorrentes e aliados durante o processo de candidatura.
O Seminário veio encorajar a participação das mulheres nos partidos políticos e em posições de liderança. Além disso, o evento trouxe informações sobre os instrumentos normativos e legislativos que garantem os direitos das mulheres, que abrangem uma série de leis, regulamentos e políticas que visam promover a igualdade de gênero e combater a discriminação. No contexto político, esses instrumentos incluem leis de cotas de gênero, que estabelecem uma proporção mínima de mulheres candidatas em eleições, garantindo assim uma representação mais equitativa nos órgãos legislativos. Além disso, existem leis que protegem contra a violência política de gênero, reconhecendo e punindo práticas discriminatórias ou abusivas direcionadas a mulheres na esfera política.
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