Servidores criam comissão e voltam a protestar contra aumento do Plamta

04/11/2015 14h19


Fonte G1 PI

Os servidores estaduais voltaram a protestar na manhã desta quarta-feira (4) contra o reajuste de 15% nas mensalidades do Plamta e no custeio de 50% da coparticipação em consultas e exames cobertos pelo plano. A categoria se reuniu ao lado do Palácio de Karnak, no Centro de Teresina, e exigiu uma nova rodada de negociação.

O reajuste foi anunciado pelo Instituto de Assistência à Saúde do Servidor do Estado do Piauí (Iaspi-Saúde) através de decreto publicado em outubro.

Imagem: Catarina Costa/G1 PIServidores estaduais voltam protestar contra aumento de plano de saúde.(Imagem:Catarina Costa/G1 PI)

Para o secretário de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Piauí (Sinte-PI), Cassius Lages, a mudança deve afetar 400 mil pessoas, entre trabalhadores e dependentes. Na tentativa de derrubar o decreto, os próprios servidores formaram uma comissão com nove representantes sindicais para dialogar com o governo.

"É um desconto absurdo, sendo que desde sempre se cobrou o valor de 10% nas consultas laboratoriais, o que é permitido por lei. O que o governo está fazendo é abusivo, tanto que o Ministério Público do Trabalho e Emprego marcou uma audiência pública, onde esperamos um resultado positivo da Justiça", declarou.

De acordo com o Cassius Lages, a última negociação com o governo avançou, tanto que a data de cobrança do reajuste foi alterada de setembro para o mês de novembro. No entanto, o sindicato continua a não concordar com o percentual a ser cobrado e caso exista, acredita que ele deve ser o mesmo valor das consultas.

"O estado está sendo incoerente, porque quer aumentar a nossa contribuição, sem ter dado aos servidores reajuste salarial. Hoje nós trabalhamos para pagar a previdência social e o plano de saúde, não temos mais lazer e como manter a família. Fica difícil assim, o que era nosso de direito estão tirando", comentou.

Mesmo com o decreto em vigor, a professora Helena Mourão denuncia que recebeu o desconto de 50% em seu contracheque. Durante o tratamento de cálculo renal, a servidora precisou de atendimento de urgência em outubro e o valor integral do serviço, segundo ela, foi cobrado em seu salário.

"Eu não concordo com esse reajuste. Eu sou dependente desse plano de saúde e sofro de uma doença crônica. É uma dificuldade encontrar um médico que atenda pelo Plamta, isto quando a consulta não é cancelada. Trabalho há 15 anos no estado e hoje preciso passar por isso para conseguir atendimento. Estou me sentindo humilhada. Hoje vou deixar de ter o básico em casa para manter o plano",
comentou.

Imagem: Catarina Costa/G1 PIPresidente do Sinpoljuspi falou sobre recuo do governo em reajuste.(Imagem:Catarina Costa/G1 PI)

Segundo o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários da Secretaria de Justiça do Piauí (Sinpoljuspi) e um dos representantes da comissão de servidores, Vilobaldo Carvalho, houve recuo do governo sobre o reajuste e na última reunião ficou acertado que o desconto seria de 30%, ao invés de 50%.

"Mesmo assim este valor ainda é alto, sendo que na rede particular é cobrado apenas 10%. Uma audiência pública está prevista para às 9h desta quinta-feira, na sede do Ministério Público do Trabalho e Emprego. Aguardamos um resultado positivo para a categoria", comentou Vilobaldo Carvalho.

Arrecadação deficitária

Em reunião realizada na semana passada, o governo do estado decidiu pelas reduções do reajuste do Plamta (de 15% para 13,6%) e da coparticipação do Iaspi-Saúde (de 50% para 30%). “Dessa forma, esperamos atender à reivindicação dos servidores e, ao mesmo, garantir a qualidade do serviço prestado aos usuários”, disse o secretário Merlong Solano.

A diretora-presidente do Iaspi, Daniele Aita, defendeu as mudanças e disse que o plano tem uma arrecadação deficitária em torno de 20% ao mês. “Estamos administrando a folha de pagamento dos prestadores de serviço com muita dificuldade. A tabela do Plamta é em torno de 25% a 30% do valor de um plano de mercado, com um atendimento igual ao melhor plano de saúde do Estado”, pontuou.

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