Sinpoljuspi cobra vistoria na Custódia após fogo e destruição em rebelião

18/05/2016 08h01


Fonte G1 PI

Com o fim da rebelião na Casa de Custódia de Teresina, o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi) cobrou nesta terça-feira (17) uma vistoria do Corpo de Bombeiros e do Conselho Regional de Engenharia do Piauí (Crea) na unidade prisional. Segundo o vice-presidente da entidade, Kleiton Holanda, a destruição e incêndio provocado pelos presos compremeteu ainda mais a estrutura do local.

A denúncia do Sindicato foi feita depois que mais de 300 presos iniciaram uma rebelião no início da tarde da segunda-feira (16). Os presos se rebelaram depois de terem suspensas as visitas de familiares. O movimento iniciou nos pavilhões F e H e, horas depois, tomou proporções maiores atingindo toda a unidade prisional. Cinco detentos ficaram feridos, um deles perdeu a visão de um dos olhos após levar um tiro de bala de borracha.

"A Custódia já foi e ainda vai continuar sendo palco de vários motins e rebeliões. Nesta última ocorrência nós tivemos a estrutura física completamente abalada, devido ao fogo que foi colocado na entrada dos pavilhões e no corredor da unidade, onde a parte predial com a ação do tempo já sofre com a degradação", comentou.
Imagem: Divulgação/SimpoljuspiRebelião na Casa de Custódia de Teresina foi pacificada pela Polícia Militar.(Imagem:Divulgação/Simpoljuspi)Rebelião na Casa de Custódia de Teresina foi pacificada pela Polícia Militar.

Ainda conforme o Sindicato, vários ofícios já foram enviados ao Crea-PI e Corpo de Bombeiros solicitando uma vistoria nas dependências das unidades prisionais do estado, mesmo antes do motim dessa segunda. A partir da avaliação, o sindicato pretendia pedir a interdição de todos os presídios com estrutura danificada.

"O tempo tem piorado com a estrutura e o que os detentos fizeram contribue para a aceleração da degradação da parte predial. A gente precisa é resguardar o interior das unidades prisionais e trabalhar com naquilo que é possível, dentro da quantidade na qual as unidades foram projetadas", disse.

Com capacidade para apenas 333, a Casa de Custódia atualmente abriga mais de 970 detentos, quase o triplo da quantidade de presos que inicialmente foi projetada. A Secretaria de Justiça do Piauí (Sejus) informou que está ciente da superlotação e que tem buscado meios para amenizar problema.

Um dia após a rebelião, a situação na Casa de Custódia de Teresina segue sob controle, segundo a Seju. As forças de segurança do Batalhão de Choque da Polícia Militar, Comando de Operações Prisionais (COP) e o efetivo de policiais militares e agentes penitenciários da própria unidade estão no local para garantir a total pacificação.

A superlotação, segundo Kleiton Holanda, revolta os presos que acabam fazendo rebeliões. "Esta última rebelião foi fruto de mais uma revolta dos internos, por conta de um erro administrativo. Mais uma vez a unidade passou por problemas de destruição", disse.

A Secretaria de Justiça informou que a estrutura da Casa de Custódia estava em reforma quando o motim desta segunda-feira voltou a destruir a unidade. O órgão contou ainda que faz um levantamento dos prejuízos causados pelos detentos rebelados e só depois da avaliação deverá tomar providências.

Em nota, a Sejus disse ainda que uma nova unidade prisional está sendo construída em Campo Maior e outra, a Cadeia Pública de Altos, está com recursos garantidos para o início da obra de construção.

O Crea-PI informou que ainda não recebeu solicitação de vistorias na unidade prisional da capital e que atualmente avalia a estrutura de unidades do inteiror.

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Tópicos: presos, sindicato, prisional