Só tem aqui! No Dia do Piauí, o g1 reúne símbolos do estado que você não encontra em outro lugar

19/10/2023 11h00


Fonte G1 PI

Nesta quinta-feira (19), os piauienses comemoram o Dia do Piauí. A data marca o momento em que o estado aderiu à luta pela independência do Brasil, em 1822, poucos dias depois do famoso grito do imperador Dom Pedro I.

Para marcar a data, o g1 decidiu reunir uma lista do que só se encontra no Piauí! São marcas da nossa cultura, de nossas heranças e riquezas naturais, únicas e com a nossa cara!

Natureza
  • Serra das Confusões e Serra da Capivara
  • Opala
  • Tartaruga marinha e peixe-boi

História
  • Esperança Garcia
  • Batalha do Jenipapo

Cultura
  • Bomba
  • Cajuína
  • Corso
  • Bumba Meu Boi
  • Arrumadinho

Parques na caatinga guardam tesouro arqueológico
Imagem: Terra da GenteSerra da Capivara tem cenários deslumbrantes.(Imagem:Terra da Gente)Serra da Capivara tem cenários deslumbrantes.

No Sul do estado, dois parques nacionais encantam turistas que buscam contato com a natureza e com o passado da humanidade e do mundo. Os parques Serra das Capivara e Serra das Confusões ficam na região sudoeste do Piauí.

O Parque Nacional da Serra da Capivara, localizado no município de São Raimundo Nonato, a 530 km de Teresina, composto por sítios arqueológicos repletos de pinturas rupestres tombados como Patrimônio Mundial Cultural pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), tem mais de 14 mil sítios arqueológicos espalhados por toda a região.

Além das obras rupestres e dos imensos sítios, a Serra da Capivara também conta com chapadões, vales, veredas, grotões e desfiladeiros, sustentados por rochas de arenito, calcário e conglomerados de seixos que dão um ar de uma natureza praticamente intocável pelo homem.
Imagem: Andrê Nascimento/ g1 PiauíOs encantadores mirantes da Serra das Confusões, no Piauí.(Imagem:Andrê Nascimento/ g1 Piauí)Os encantadores mirantes da Serra das Confusões, no Piauí.

Já o Parque Nacional da Serra das Confusões conta com a maior área de preservação de caatinga do planeta, com 1.02 milhão de hectares. É o maior parque do Piauí e da região Nordeste do Brasil, que teve apenas 3% dos hectares explorados.

A Serra das Confusões guarda vestígios dos primeiros homens das Américas. A ocupação mais antiga seria de 8 mil anos. A mais recente, por volta de 3,6 mil anos. A região abrigou também os animais da megafauna

Em julho do ano passado, logo nos primeiros dias de escavações, pesquisadores encontraram o esqueleto de uma adolescente, sepultada diante dos paredões com gravuras. Já em 2023, outro esqueleto, de um homem adulto, foi encontrado no local. As pesquisas por lá estão só começando.

Opala, a pedra de Marte (e do Piauí!)
Imagem: Reprodução/ Instagram Opalas Pedro II  Joia em opala com mapa do Brasil.(Imagem: Reprodução/ Instagram Opalas Pedro II ) Joia em opala com mapa do Brasil.

A opala é uma pedra semipreciosa encontrada em apenas três lugares: em Marte, na Austrália, e no Piauí! E é só por aqui que ela é encontrada na sua forma multicolorida. Mais especificamente na cidade de Pedro II, 206 km ao Norte de Teresina, onde, segundo pesquisadores, apenas 10% da opala foi explorada.

O mineralóide surgiu há mais de 200 milhões de anos, quando a Pangeia, supercontinente que compunha a superfície terrestre dos períodos Permiano ao Triássico, se fragmentou.

De acordo com o professor Érico Gomes, a fragmentação da placa sul-americana da africana proporcionou um vulcanismo. “Isso é encontrado nas bacias sedimentares paleozoicas, como a do Parnaíba, que é onde estamos”, disse.

Piauí, o lar da tartaruga e do peixe-boi
Imagem: Instituto Tartarugas do DeltaProjeto Adote um ninho busca apadrinhamento das tartarugas do Delta no Piauí.(Imagem:Instituto Tartarugas do Delta)Tartarugas do Delta no Piauí.

Você sabia que o litoral do Piauí, apesar de ser o menor em extensão do Brasil, é o mais querido pelas tartarugas marinhas? O litoral do Piauí recebe visitas de todas as cinco espécies de tartaruga que vivem no Brasil. Três delas têm as areias do estado como berçário, onde fazem centenas de ninhos todos os anos.

O litoral do Piauí está recortado geograficamente por estuários e efluentes do Rio Parnaíba, o que deixa esse ambiente com áreas produtivas no ecossistema marinho. O encontro dos rios com o mar faz a mistura de nutrientes, que vêm e vão com as marés trazendo esses elementos dos estuários e misturando com as águas costeiras.

Além das tartarugas, os peixe-boi marinho também adoram o nosso litoral. Aqui vive a maior população deles de todo o país. Eles formam dois grupos populacionais de aproximadamente 50 animais que nasceram, se reproduziram e se alimentam aqui, o que favorece um ciclo biológico inteiro.

Esperança Garcia: a primeira advogada do Brasil
Imagem: Reprodução/Instituto Esperança GarciaIlustração de Esperança Garcia produzida pelo instituto que leva seu nome, em Teresina.(Imagem:Reprodução/Instituto Esperança Garcia)Ilustração de Esperança Garcia produzida pelo instituto que leva seu nome, em Teresina.

Esperança Garcia, mulher negra escravizada no século XVIII, em Oeiras, no Sul do Piauí, foi reconhecida no dia 25 de novembro de 2022 pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil como a primeira advogada do país.

Nascida na fazenda Algodões, propriedade de padres jesuítas brasileiros, Esperança Garcia aprendeu a ler e escrever. Aos 16 anos, casou-se e teve seu primeiro filho. Anos depois, ela foi transferida para outro senhor de escravizados, separada da família e sofrendo maus-tratos.

Ela, então, decidiu denunciar as violências sofridas por ela e por outras pessoas negras ao Governo da Capitania de São José do Piauí, por meio de uma carta, datada de 6 de setembro de 1770.

Por apresentar elementos jurídicos como endereço, identificação, narrativa dos fatos, fundamento no Direito e um pedido, juristas e historiadores brasileiros consideram o documento uma petição.

A Batalha do Jenipapo, único conflito armado pela independência
Imagem: BBC  Representação da Batalha do Jenipapo.(Imagem:BBC ) Representação da Batalha do Jenipapo.

A Batalha do Jenipapo, historicamente reconhecida por ser o único conflito armado na busca pela Independência do Brasil, foi iniciada no dia 13 de março de 1823, e reuniu cerca de 3,6 mil combatentes às margens do rio de mesmo nome, no município de Campo Maior, que ainda não existia no período. O embate completou 200 anos em 2023.

Apenas 500 homens faziam parte da tropa a favor da independência. Com a solicitação de voluntários, cerca de 1,5 mil civis se apresentaram. Sem experiência militar, muitos eram vaqueiros, roceiros, escravizados, libertos e indígenas, armados somente com machados, foices, facões e enxadas.
Imagem: Divulgação  Whindersson Nunes visitou área onde ocorreu a Batalha do Jenipapo, em Campo Maior, no Piauí.(Imagem:Divulgação ) Whindersson Nunes visitou área onde ocorreu a Batalha do Jenipapo, em Campo Maior, no Piauí.
Do lado português, cerca de 1,6 mil soldados profissionais, com treinamento adequado para grandes batalhas foram solicitados, trazendo ainda 11 canhões que poderiam valer por mais de dois combatentes.

Os soldados brasileiros foram massacrados pelos disparos portugueses. Os sobreviventes fugiram, o comando desistiu do ataque, e os portugueses partiram para descansar em uma fazenda da cidade.

Três meses depois, as tropas portuguesas se renderam, e ele foi conduzido ao Rio de Janeiro, onde em seguida foi deportado para Portugal.

Bomba, o lanche do Piauí
Imagem: Fernando Brito/G1Recheio do salgado leva queijo e mortadela.(Imagem:Fernando Brito/G1)Recheio do salgado leva queijo e mortadela.

A bomba é um salgado que nasceu em Teresina, pelas mãos da empresária Marlene Ferreira, de 89 anos. O lanche é feito com massa macia, esponjosa, que lembra a massa de pão, recheada com queijo e algum embutido, como mortadela ou presunto, e frito. Às vezes é empanado, e há outras variações com carne de sol e massa colorida.

Marlene, a criadora da iguaria, foi uma das pioneiras no ramo alimentício no estado. A mulher teve a sua primeira lanchonete em 1958 chamada ‘Bomboniere’, que ficava nas proximidades do Theatro 4 de Setembro, Centro da capital.

Cajuína
Imagem: TV ClubeO fruto é fonte de renda e cultura no estado piauiense. Cajuína é reconhecida como patrimônio brasileiro.(Imagem: TV Clube)O fruto é fonte de renda e cultura no estado piauiense. Cajuína é reconhecida como patrimônio brasileiro.

Não existe só no Piauí, mas ficou eternizada como a "cristalina em Teresina" e a piauiense é patrimônio cultural brasileiro.

Conhecida no paladar pelo sabor adocicado nas tardes quentes da região, a cajuína é tipicamente nordestina, bastante conhecida no Ceará e Maranhão, tem o Piauí como um dos maiores produtores. O produto feito do caju é fonte de renda e cultura no estado piauiense.

Inicialmente acreditava-se que a bebida teria sido criada por um farmacêutico, que pretendia se curar do alcoolismo. Mas, na verdade, a cajuína tem origem da cultura indígena.

"Os índios faziam suas comemorações e usavam a fermentação do caju para fazer as festividades. Há produtor em Amarantes que há 90 anos faz cajuína, que aprendeu com a família. Ou seja, há bem mais de 100 anos que se faz cajuína no Piauí", disse o empresário Lenildo Lima.

O nosso arrumadinho
Imagem: Lívia Ferreira/g1Arrumadinho, pratinho... Refeição ganha diferentes nomes e receitas pelo Brasil; conheça e aprenda a fazer.(Imagem:Lívia Ferreira/g1)Arrumadinho

O arrumadinho é o nome de diversos pratos diferentes pelo Brasil. No Piauí, a receita é única e poderosa: todos os acompanhamentos levam carne! Maria isabel, paçoca de carne, carne de sol e creme de galinha. A pimenta de cheiro e o cheiro verde (cebolinha e coentro) são indispensáveis.

O surgimento, conforme o professor de gastronomia do Instituto Federal do Piauí (IFPI), Carlos Lustosa, provavelmente tem origem no costume dos cangaceiros, que levavam nos alforjes farinha e carne seca para longas viagens, por serem alimentos que demoravam mais para estragar.

Bumba meu boi, o boi do Piauí
Imagem: DivulgaçãoGovernador sanciona lei que declara Bumba Meu Boi como Patrimônio Cultural Imaterial do Piauí(Imagem: Divulgação) Bumba Meu Boi 

O Bumba Meu Boi é uma das principais manifestações culturais do Piauí que envolve dança, músicas, desfiles e apresentações teatrais. O ciclo festivo é dividido em ensaios, batismo do boi, apresentações públicas ou brincadas e a morte do boi.

Um dos grupos mais famosos do estado é o Bumba Meu Boi Imperador da Ilha, que mantém há mais de 80 anos a tradição dessa manifestação popular. Em Parnaíba, o artesão e artista plástico mestre Cafuringa é conhecido em todo o estado, e até fora dele, por suas confecções de “cabeças” do boi.

Em 2023, o governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT-PI), sancionou a Lei Nº 8.170, que declara todas as manifestações culturais de Bumba Meu Boi como patrimônio cultural imaterial do estado.

Corso, o maior desfile de carros enfeitados do mundo
Imagem: Dalyne Barbosa/G1 Corso de Teresina 2020. (Imagem:Dalyne Barbosa/G1) Corso de Teresina

Há quase um século, o maior desfiles de carros enfeitados do planeta se reinventa e se mantém presente no carnaval piauiense. O Corso de Teresina acontece tradicionalmente desde a década de 1930 e passou por diversas modificações com o passar dos anos. Em 2012, tornou-se o maior do mundo, segundo o Guinness, o livro dos recordes.

A festa surgiu junto com a chegada dos primeiros automóveis em Teresina e contava com a participação de famílias que assistiam aos desfiles nas portas de suas casas. Nos anos 50, ganhou uma proporção maior, realizado entre amigos e parentes que se fantasiavam e desfilavam em cima dos caminhões.


Tópicos: estado, cultura, piauiense