Suspeitos de estupro coletivo devem ser julgados na próxima semana

05/06/2015 11h04


Fonte G1 PI

Imagem: Gustavo Almeida/G1Delegado Laércio Evangelista comanda as investigações do caso.(Imagem:Gustavo Almeida/G1)Delegado Laércio Evangelista comanda as investigações do caso.

O delegado Laércio Evangelista disse nesta sexta-feira (5) em entrevista ao G1 que os quatro adolescentes suspeitos de violentar quatro garotas na cidade de Castelo do Piauí, a 190 km de Teresina, já devem ser julgados em definitivo na próxima semana.

De acordo com ele, a instrução já está em fase final e deverá ser encaminhada para o Ministério Público oferecer a denúncia ao Judiciário.

"Quando se trata de menores não há um prazo para inquérito. Há um período para toda a instrução, tanto por parte da polícia como pelo Judiciário. Então há um prazo de 45 dias, mas acredito que já na próxima semana o juiz de Castelo vai julgá-los em definitivo",
disse o delegado.

Segundo Laércio, os menores deverão pegar a pena máxima prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que é de três anos de internação. Atualmente os quatro menores estão recolhidos no Centro de Internação Provisória de Teresina (CEIP).

Ainda de acordo com o delegado, eles devem responder pelos atos infracionais equivalentes aos crimes de tentativa de feminicídio, associação criminosa e, caso comprovada, pela prática de estupro.

Nesta sexta-feira (5), a polícia ouvirá o depoimento formal de três das garotas violentadas, sendo duas que estão no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) e outra que ainda permanece internada em um hospital particular da capital. Uma das vítimas que se encontra em estado grave ainda não tem condições de depor.

Os depoimentos serão colhidos às 15h pelas delegadas Anamelka Albuquerque, da Delegacia da Mulher, e Tânia Miranda, do Núcleo Investigativo do Feminicídio.

Exames do IML
Laércio Evangelista disse que estava de saída para o Instituto de Criminalística para ter acesso aos laudos e exames de corpo de delito e de perícia do local de crime. Segundo ele, apenas com o resultado dos laudos e com o depoimento das vítimas será possível definir a participação de Adão José de Sousa, o único maior suspeito de participação no crime.

"A polícia ainda não tem provas da autoria do Adão, a verdade é essa. Temos apenas depoimentos de testemunhas, mas nada que comprove a participação",
falou. Apesar de ainda não ter provas concretas, o delegado destaca que a linha de investigação está centrada na participação de Adão, com base no depoimento dos menores.

"A suspeita é sempre no Adão, pelo depoimento dos menores, sendo que os quatro citaram o nome dele. Pelo depoimento, é como se o Adão estivesse lá no local e também tivesse ajudado os menores a amarrar as meninas, pedindo para um vigiar enquanto outro amarrava. Isso pelos depoimentos dos menores, que só irá ser comprovado posteriormente",
afirmou.

Na quarta-feira (3), algumas vítimas chegaram a ser ouvidas informalmente pela polícia e na ocasião as garotas reconheceram um dos menores. Segundo uma das jovens, o menor que foi reconhecido fazia referência constante a um "patrão" ao abordá-las.

"Ela disse que ele o tempo todo fazia referência a um patrão. Disse que ele a abordou com uma faca e ficou falando: ‘meu patrão vai querer pegar você. Ele gosta de loura’. Era como se uma pessoa tivesse coordenando a ação deles",
explicou. Segundo Laércio, o depoimento dos menores apontou Adão como esse suposto patrão.