Suspeitos de grilagem, irmãos são presos após fraudar assinatura de juiz
06/05/2015 11h07Fonte Cidade Verde
Dois irmãos agricultores foram presos em flagrante após tentar usar uma assinatura falsa do juiz auxiliar da corregedoria de Justiça, José Airton Medeiros para registrar uma propriedade no cartório de Ribeiro Gonçalves, município a 560 km de Teresina. Jarbas Lima, delegado regional de Uruçuí, informou que um inquérito foi aberto para investigar o envolvimento da dupla em grilagem de terras na região. Os dois apresentaram o documento falso à tabeliã, que desconfiou da assinatura e enviou uma cópia ao juiz."Os dois lavradores foram até o cartório querendo registrar dois imóveis localizados na zona Rural de Baixa Grande do Ribeiro. Márcia Regina Ribeiro, tabeliã do 1º ofício do cartório, desconfiou da assinatura por conta da recente inspeção pela qual passou o cartório e enviou uma cópia ao juiz para que fosse constatada a veracidade do documento. Ao analisar, ele exigiu que os dois fossem presos em flagrante por falsificação pois a assinatura não era dele e o documento não foi enviado pelo TJ", explicou o delegado.
Recentemente a corregedoria do Tribunal de Justiça do Piauí realizou inspeções nos cartórios de Uruçuí e Ribeiro Gonçalves, por conta de recentes denúncias de grilagem de terras na região. Para evitar fraudes, é necessário o crivo do TJ para a matrícula de qualquer propriedade na região. Neste caso, chamou a atenção da Polícia que os próprios agricultores apresentaram o documento, quando ele na verdade deveria ser enviado por mala direta para o cartório.
Segundo o delegado, a propriedade que eles pretendiam o registro está avaliada em R$ 1 milhão e 200 mil e tem cerca de 20 mil hectares, ou seja, bens incompatíveis com a renda, além disso, entre os documentos apresentados pela dupla, existe um contrato que garante a compra e a venda posterior das terras a um terceiro. Jarbas Lima acrescenta que os agricultores afirmaram que um advogado entregou à eles a documentação para que o registro fosse feito. "Eles são pessoas humildes e já estamos investigando se na verdade eles não são laranjas de uma quadrilha maior de grilagem de terra", pontuou o delegado.
Os agricultores foram autuados em flagrante por falsificação de documento público e falsidade ideológica e se encontram presos na delegacia de Uruçuí. Um inquérito foi aberto para investigar o envolvimento de outras pessoas e o juiz da Vara Agrária, Heliomar Rios Ferreira, já foi comunicado da investigação.
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