"Teresina é mandada e comandada pelo tráfico de drogas", diz promotora

15/12/2016 13h42


Fonte Cidadeverde.com

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Representantes do Ministério Público e da Justiça visitaram a sede da Delegacia Especializada em Repressão ao Entorpecente (Depre) na manhã de quarta-feira (14). O juiz Almir Abib Tajra, juiz de direito da 7ª vara criminal de Teresina, fez duras críticas a estrutura física do prédio e resumiu: "falta tudo aqui para a delegacia de Entorpecentes".

"Faltam espaço, pessoal e material. É uma delegacia que tem área de atuação em todo o Estado e deveria ter um local mais propício para que ela produzisse mais e prendesse mais traficantes de drogas",
disse o magistrado.

A promotora titular da 7º vara criminal, Lúcia Rocha Cavalcante Macedo, reforça que a estrutura da Depre é inadequada e ressalta a necessidade urgente de reforma. Ela destaca a necessidade de melhorias em toda a estrutura incluindo banheiros e cozinha.

"Este prédio não é adequado para a Entorpecentes que faz um trabalho importantíssimo. O tripé da Justiça está aqui: delegado, promotor de Justiça e o magistrado. Estamos aqui para demonstrar que o trabalho está sendo feito. As drogas hoje são uma grande preocupação deste tripé. Compete ao Governo do Estado dá uma boa estrutura, bons equipamentos e materiais de serviço. O que deve e pode ser feito, esse tripé está fazendo. Precisamos de um bom suporte que é uma boa delegacia, uma boa estrutura e bons equipamentos. O Governo tem que verificar se esta delegacia de Entorpecentes é a que realmente deveria ser. Para nós, não é",
disse a promotora, titular há 24 anos da promotoria da 7ª vara criminal.

Lúcia Rocha Cavalcante Macedo demonstra preocupação com o avanço das drogas no Estado. Para a promotora, o tráfico de drogas é a mãe de todos os outros crimes.

"O tráfico de drogas não é um crime comum, mas um crime preocupante. Teresina hoje é mandada e comandada pelo tráfico. Nós não podemos fazer mais do que devemos. Nosso limite existe. O tráfico de drogas hoje está incontrolável",
enfatiza.

A promotora destaca que, cada vez mais vem se tornando comum, o esquema de lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas. Na manhã de ontem, a promotora e o juiz acompanharam a incineração de 320 quilos de entorpecentes.

"Tem mulher que tem um pequeno comércio de roupas, um salão de beleza e o traficante está do lado: é o marido dela. Precisamos de uma mudança familiar e de mais Educação. Os valores mudaram e por isso estamos hoje nos braços dos traficantes. Se não tiver boa Educação e estrutura familiar, a tendência é piorar. Estamos indo para esse caminho",
lamenta Macedo.

A Depre funciona com cinco delegados, 22 agestes e quatro escrivães.

Delegacia de Entorpecentes mudará de prédio

O secretário de Segurança, Fábio Abreu, ressalta que a sede da Depre funcionará no atual prédio da secretaria de Segurança Pública do Estado. Esta última, funcionará no antigo prédio do Plamta, bairro Porenquanto, zona Norte de Teresina.

"Todo esse processo requer a reforma da instalação do futuro prédio da secretaria como da atual estrutura, onde será a Depre. Temos feito todo esse planejamento, estamos com todas as licitações para iniciar a reforma. É uma questão de tempo. Não iniciamos uma reforma na atual sede Depre porque vai servir a outra delegacia com proporção menor",
disse Abreu. Ainda não há prazo para a mudança de prédio.

Fábio Abreu ressalta que a maioria dos distritos na Capital foram reformados e outras passarão por reformas em breve como na Usina Santa, Vila Irmã Dulce e 11º DP.

Tópicos: drogas, delegacia, estrutura