Teresina mantém queda, mas mortes de pessoas do interior com Covid-19 já são 25% do total na cidade
07/08/2020 14h46Fonte G1 PI
Teresina manteve a tendência de queda no número de infectados pelo coronavírus, segundo a 16ª etapa da pesquisa sorológica realizada na capital entre 31 de julho e 2 de agosto. Contudo, o total de mortes em hospitais da capital, de pessoas que são do interior do estado, aumentou."Vemos que mesmo após a abertura do comércio, no início de julho, não existiu nenhum movimento contrário à queda da curva", disse o prefeito de Teresina, Firmino Filho (PSDB), durante apresentação dos dados à imprensa por vídeo-chamada nesta sexta-feira (7).
Nessa quinta-feira (6), completou-se um mês da retomada do funcionamento do comércio na capital. Ainda assim, a cidade tem apresentado queda. Desta vez, em relação à semana anterior, a queda foi de 8%. No total, a pesquisa estima que a capital tenha 183 mil casos positivos. Na semana anterior, eram 197 mil.
Além disso, segundo dados da Fundação Municipal de Saúde, houve queda no total de atendimentos de pessoas com síndromes gripais, além de queda no total de casos de síndromes respiratórias agudas graves.
Leitos de UTI e leitos de enfermaria também têm tido queda nas ocupações. A média tanto no setor público quanto considerando o setor público e privado, é de 70% na ocupação de leitos de UTI. Os leitos de enfermaria para a Covid-19 estão operando com metade de sua capacidade disponível.
O prefeito destacou um aumento, contudo, na ocupação de leitos de UTI não Covid. "As pessoas estão retomando suas atividade, estão acontecendo acidentes de trânsito, e os leitos estão sendo mais ocupados", disse.
Aumento de mortes de pessoas do interior
Contudo, o prefeito chamou a atenção para o aumento de mortes na capital de pessoas não residentes em Teresina. Segundo ele, de cada quatro mortes por Covid-19 registradas na cidade, uma é de morador de interior do Piauí.
"Esse número aumentou cerca de três vezes nas últimas semanas e a tendência é que ainda tenha um aumento, conforme o modelo matemático do professor Jefferson [Leite, doutor em matemática e professor da Universidade Federal do Piauí", disse.
O professor estimou as datas dos picos da doença na capital e no interior. Enquanto em Teresina o pico de contágio foi registrado em 10 de junho - conforme previsto -, no interior do estado ele estava previsto para o início de agosto e não deve ser homogêneo, segundo o secretário estadual de saúde, Florentino Neto, apresentando características diferentes nas diferentes regiões do estado.
Considerando que, segundo prefeito, a média de tempo entre uma pessoa apresentar o quadro grave da doença e acabar falecendo é de 19 dias, é possível que o pico de mortes no estado aconteça nas próximas semanas.
"E ainda temos que ficar atentos nas próximas duas semanas porque fizemos recentemente a abertura do comércio nos setores mais críticos, que foram os setores varejistas e atacadistas de bens não essenciais, que têm levado muitas pessoas ao Centro, então continuaremos monitorando como o vírus está se comportando na capital", explicou.
Questionado a respeito, o prefeito disse que os hospitais e os leitos disponíveis na capital são capazes de atender à demanda, mesmo aquela oriunda do interior do estado.
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