Teresina só possui 80 leitos de UTIs do SUS para atender todo o PiauÃ
18/01/2015 10h11Fonte Cidade Verde
Referência em saúde para as regiões Norte e Nordeste, a capital do Piauí possui apenas 80 leitos de UTIs para atender a demanda do estado. O ideal seria 246, número que não é alcançado nem com a inclusão dos leitos particulares que, nesse caso, não ultrapassaria 210. Os dados foram apresentados ao Portal Cidade Verde pela presidente da Comissão de Títulos de Medicina Intensiva da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), Patrícia Mello .Imagem: Divulgação
De acordo com a Portaria n.º 1101/GM – de 12 de junho de 2002, elaborada pelo Ministério da Saúde, seriam necessários em cada estado, cerca de 1 a 3 leitos de UTI para cada 10 mil habitantes. Se na capital o déficit é alarmante, a situação é mais preocupante no interior do estado. Apenas as cidades de Piripiri, Floriano, Picos e Parnaíba possuem UTIs que, no total, somam 34 leitos.
“Para atender o estado teríamos que ter 950 leitos. No caso do interior, essas UTIs não cumprem resolução da ANVISA e quando o caso é grave os pacientes terminam sendo transferidos para Teresina, como aconteceu esta semana com três pessoas de Parnaíba. Essa UTI, inclusive, chegou a ser fechada no final do ano”, declarou Patrícia Mello.
Imagem: Cidade VerdePatrícia Mello
Segundo ela, o problema é matemático e passa ainda pela falta de profissionais capacitados. “Não é só abrir leitos. Você não aprende sobre UTI no curso de medicina. É uma especialidade. Não é qualquer médico. Se for o caso, abre mais leitos em Teresina onde possui profissionais capacitados e depois descentraliza inserindo as pessoas em outros municípios”, explica a médica.
A representante da Comissão fala ainda da necessidade de melhorar a rede nos bairros de Teresina, evitando a transferência desnecessária de pacientes para o Hospital de Urgência de Teresina (HUT), por exemplo.
"De 1.600 pacientes atendidos no HUT, 600 não deveriam ter sido levados para lá. Precisamos melhorar a rede. Não é só criando leito de UTI que resolve, as unidades de saúde precisam segurar os pacientes", finalizou.