Tremor de terra de 4,7 graus é o maior da história do Nordeste, diz geógrafo

03/01/2017 13h30


Fonte Cidadeverde.com

O geógrafo Luis Jorge Dias, da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), disse que o terremoto registrado na manhã de hoje (3) foi o maior da história do Nordeste. Segundo ele, é provável que novos tremores imperceptíveis ocorram nos próximos dias, mas que a bacia sedimentar do Parnaíba não é totalmente conhecida pelos especialistas e pode apresentar abalos sísmicos de maior intensidade.

Imagem: Cidadeverde.comClique para ampliarTremor de terra de 4,7 graus é o maior da história do Nordeste, diz geógrafo.(Imagem:Cidadeverde.com)]

Segundo ele, os tremores de maior impacto já registrados na região ocorreram em 1994, atingindo 4,2 graus na escala Richter. Hoje, o tremor atingiu 4,7 no epicentro do abalo, na cidade de Belágua (MA). Em Teresina, segundo ele, o impacto deve ter atingido 4,5 graus.

"No último século, registramos de cinco a seis impactos de intensidade mais notória na região, mas nada dessa magnitude. Podemos dizer que é o maior da história do Nordeste. Não é algo que apresente riscos em larga escala à vida da população, mas pode haver novos tremores, provavelmente não perceptíveis",
disse.

Quanto a possíveis falhas na bacia do Parnaíba, ele declarou que a situação geológica ainda é desconhecida. Assim, é possível que a acomodação das placas tectônicas, pelos abalos secundários, sejam sentidos de forma diferenciada no Piauí.

O terremoto sentido em Teresina foi registrado pelo Observatório Sismológico da Universidade de Brasília e chegou a 4,7 graus na escala Richter. O epicentro ocorreu em Belágua-MA, a 90 km de São Luís (MA) e 230 km de Teresina (PI).

O Cidadeverde.com entrou em contato com o sismólogo Marcelo Rocha, do Observatório Sismológico. Ele explicou que não há motivos para preocupações e que o país já registrou outros terremotos maiores. O principal deles foi em 1955, na Serra do Tombador (MT) e chegou a 6 graus.

O especialista disse que ainda é uma avaliação preliminar e que a Defesa Civil está juntando mais informações. "Até o momento não temos registro de prejuízos relacionados ao terremoto", completou.

Marcelo afirmou que novos tremores podem acontecer, mas provavelmente serão de menor magnitude. "A energia que se acumula é liberada em falhamentos geológicos. Isso é normal no planeta que é dinâmico. Mas, a maior parte dessa energia é liberada no primeiro evento. A réplica da acomodação é de menor magnitude e muito provavelmente não deve ser sentida", esclarece.

O sismólogo disse que o Brasil está no centro de uma placa tectônica, por isso, não há registro de grandes terremotos. "Geralemente os terremotos são resultado de movimentos intraplaca. Não há como dizer se é algum evento novo, mas dificilmente é".

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Tópicos: graus, escala, terremotos