Velório de LucÃdio Portella reúne famÃlia e autoridades na Assembleia Legislativa
01/11/2015 08h30Fonte cidadeverde.com
O enterro do ex-governador Lucídio Portella teve início por volta do meio-dia deste sábado (31). A cerimônia foi realizada no Cemitério Jardim da Ressurreição, na zona Sudeste de Teresina. Familiares e amigos, além do governador Wellington Dias (PT), do prefeito Firmino Filho (PSDB) e do ministro da Saúde Marcelo Castro (PMDB), além de deputados e outras autoridades marcaram presença.Em meio a cânticos e palmas, o caixão de Lucídio Portella foi fechado por volta das 12h30, emocionado especialmente os membros mais jovens da família. Dez minutos mais tarde, o caixão finalmente foi coberto por flores, finalizando a cerimônia.
Discreto, o ministro Marcelo Castro ressaltou o perfil afirmativo, claro e transparente de Lucídio Portella em sua conduta política. "Não tenho dúvidas de que a pessoa política de Lucídio Portella foi uma das mais importantes e mais honestas do Piauí. Tanto como governador, quanto como senador", comentou o peemedebista no último adeus ao ex-governador, que foi velado das 22h de sexta-feira (30) às 11h30 deste sábado (31) no Salão Nobre da Assembleia Legislativa do Piauí.
Imagem: Cidadeverde.com
Velório emociona filha
O velório do ex-governador Lucídio Portella reuniu familiares, amigos e políticos na manhã deste sábado na Assembleia Legislativa. A cerimônia, que se encerrou por volta das 11h30, transcorreu tranquilamente. Emocionada, mas serena, a filha e deputada federal Iracema Portella (PP) chamou atenção ao dizer que o pai "morreu como um passarinho".
Durante o velório Iracema, uma dos cinco filhos do ex-governador, disse que Lucidão, como era conhecido, teve uma morte muito tranquila, apesar da tragédia ter acontecido de forma inesperada. "Ele morreu como um passarinho", comentou.
A parlamentar também falou em repetir a trajetória pessoal e política do pai. "Apesar da idade avançada, ele era uma pessoa muito saudável e lúcida, ainda hoje muito atenta ao que acontecia ao seu redor. É um dia realmente triste, mas eu tenho certeza que a memória dele vai ficar viva na história do Piauí. É muito gratificante saber que ele veio ao mundo para fazer o bem. Quero seguir o exemplo dele como pessoa e como político para o resto da vida".
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Natural de Valença, a 210 quilômetros de Teresina, Lucídio Portella morreu na tarde de sexta-feira (30). Aos 93 anos, ele deixou cinco filhos: além de Iracema, Lucídio Portella Filho, Kátia, Márcio e Cassandra. Esta última se mostrou muito abalada durante o velório, chorando o tempo todo - era ela quem tinha um contato mais próximo ao pai.
Durante o velório foi rezado um terço e celebrada uma missa. Genro do ex-governador, o senador Ciro Nogueira (PP) disse que o sogro foi um dos homens que melhor representou o Piauí. "O Piauí precisa de homens sérios, iguais a Lucídio Portella, com a firmeza que ele tinha, com o papel político que representou, com o papel de pai e de médico. Ele teve muitos embates na política e, mesmo assim, nenhum tipo de inimigo. Agora é importante proteger o legado e conservar a memória dele no Estado, porque ele vai fazer muita falta".
Wellington Dias: "Seu legado serve de escola para outros políticos"
O governador Wellington Dias (PT) e a vice-governadora Margarete Coelho (PP) também compareceram ao velório do ex-governador. O petista destacou que Lucídio Portella sempre teve grande paixão pelo trabalho, tanto na Medicina, quanto na política. Segundo ele, o legado serve de escola para outros políticos, inclusive para ele próprio, por sempre representar firmeza e lealdade aos seus princípios.
Wellington Dias recordou lembranças da infância, especialmente de um momento que ele viveu no município de Paes Landim, a 455 quilômetros de Teresina. Na oportunidade, Lucídio Portella foi inagurar um chafariz na região.
"Por causa da falta de água na região, que é muito seca, naquela época as inaugurações de chafarizes eram eventos grandiosos, porque eram consideradas obras muito importantes para a população. Lembro do Lucídio Portella chegando na cidade como governador para participar daquele momento. Todas as atenções ficaram voltadas para ele", relatou o governador.
Wellington Dias também relembrou o que para ele foi outro momento muito importante: o alinhamento entre Lucídio Portella e Alberto Silva, antigos opositores ferrenhos. Na ocasião, em 1986, Alberto declarou que a união com Lucídio era em nome do Piauí.
Políticos prestam homenagem
Formado em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e irmão mais velho do também governador Petrônio Portella, Lucídio Portella foi o último governador eleito pelo voto indireto, em 1978 - ele permaneceu no cargo até 1983. Em 1991, foi eleito senador, encerrando seu mandato em 1999. Graças a sua relevante carreira política, atraiu um grande número de autoridades ao seu velório, como o senador Elmano Férrer (PTB), o deputado federal Átila Lira (PSB) e os deputados estaduais Robert Rios (PDT), Marden Menezes (PSDB), Fernando Monteiro (PTB) e Georgiano Neto (PSD).
Sempre polêmico, Robert Rios afirmou durante a cerimônia que Lucídio Portella é um dos raros políticos piauienses que ninguém pode chamar de ladrão. O pedetista também afirmou que Lucidão sempre foi o homem por trás do ex-governador Petrônio Portella.
Marden Menezes recordou um momento importante de sua convivência com Lucídio Portella. "Meu pai (Luiz Menezes, ex-deputado estadual e ex-prefeito de Piripiri), quando era do PDS, teve embates políticos com Lucídio Portella e até saiu do partido brigado com ele. Isso foi algo público na época. Passados alguns anos, eu estava almoçando em um restaurante em Teresina, e o Lucídio estava mesmo local, mas em outra mesa. De repente, um garçom veio me dizer que o ex-governador estava me chamando. Estranhei, até pelo fato ocorrido com meu pai, mas quando cheguei à mesa, ele me teceu muitos elogios e disse que eu era um dos melhores parlamentares do Piauí e que estava no caminho certo. Vindo dele, foi um lisonjeio muito grande".
Segundo o deputado tucano, a passagem aconteceu entre os anos de 2008 e 2009, quando vivia um período muito difícil de sua carreira política, por causa de denúncias sobre a Agespisa e o Detran.
O ex-deputado estadual Homero Castelo Branco disse que Lucídio Portella teve uma conduta muito justa na política piauiense. Apesar de ser um homem sério e de pulso, era muito dócil. O ex-parlamentar lembrou que Lucidão estabelecia seus próprios critérios na administração pública.
"Por exemplo: quando iam ser instalados poços tubulares nos municípios, ele sempre disponibilizava o maior número de poços para o vereador ou para o deputado que havia tido mais votos na região. Isso só demonstra quão responsável e justo ele foi durante sua vida política".
O secretário estadual da Assistência Social e Cidadania, Henrique Rebêlo (PT), disse que teve o prazer de conviver com Lucídio Portella porque, quando ingressou no PDS, foi a convite do ex-governador. De acordo com ele, o próprio Lucídio foi o entusiasta da sua candidatura a vereador pela sigla.
"Depois disso, também tive a oportunidade de concorrer como vice-prefeito na chapa em que Alberto Silva era o candidato a prefeito em 1996. Foi uma grande oportunidade para a minha carreira política porque pude conviver mais próximo tanto de Alberto Silva, quanto de Lucídio Portella".
Ciro Nogueira: "As melhores lembranças são familiares"
Genro de Lucídio Portella, Ciro Nogueira contou que as melhores lembranças do ex-governador são familiares, já que o sogro estava saindo da política quando ele iniciava a sua carreira.
"Em relação à sua vida política, lembro que ele sempre teve embates fortes com adversários, mas que, depois disso, todos acabavam o considerando como amigo. É muito presente na minha lembrança o momento no qual ele ganhou a eleição ao lado do Alberto Silva. Ele apareceu com uma chibata na mão vibrando por ter vencido o pleito", rememorou Ciro Nogueira.
Quanto a obras, Ciro Nogueira destacou que Lucídio Portella trabalhou muito para consolidar ações em infraestrutura, como obras em saneamento, o Albertão e o Terminal Rodoviário de Teresina.
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