Menina de 3 anos morre no HUT; 3ª morte na família internada após comer arroz envenenado no Piauí

06/01/2025 09h16


Fonte G1 PI

Imagem: Montagem/g1Duas pessoas morrem com suspeita de envenenamento no litoral do PI.(Imagem:Montagem/g1)Três pessoas morrem com suspeita de envenenamento no litoral do PI.

Lauane da Silva, de três anos, morreu na madrugada desta segunda-feira (6) no Hospital de Urgência de Teresina. Ela estava internada desde a última quarta-feira (1º), junto a outras oito pessoas da mesma família, após comer arroz envenenado com uma substância tóxica semelhante ao "chumbinho". Além dela, o irmão de um ano e oito meses e o tio de 18 anos também morreram (saiba quem são as vítimas).

Ao todo, três familiares morreram e quatro receberam alta. A mãe de Lauane, Francisca Maria da Silva, de 32 anos; e a irmã dela, uma menina de quatro anos, continuam internadas. Francisca está no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (Heda), em Parnaíba, enquanto a outra garota está no HUT.

O laudo pericial do Instituto de Medicina Legal (IML) sobre a comida que foi ingerida pela família que foi envenenada no dia 1º de janeiro revelou que o veneno estava no baião de dois (arroz preparado com feijão) que havia sido preparado pela família no dia anterior. Com o resultado, a polícia investiga o caso como um homicídio.

O caso aconteceu em Parnaíba, no Norte do Piauí. Depois do almoço do dia 1º de janeiro, nove pessoas de uma mesma família foram hospitalizadas com sintomas de envenenamento. Um rapaz de 18 anos e um bebê morreram, e três pessoas continuam internadas: uma mulher e suas duas filhas.

Segundo o médico Antônio Nunes, diretor do IML, o veneno foi colocado em grande quantidade no baião de dois. "Estava em todo o arroz, em grânulos visíveis", comentou o médico.
Imagem: Reprodução/TV GloboLaudo confirma envenenamento em almoço de família no PI.(Imagem:Reprodução/TV Globo)Laudo confirma envenenamento em almoço de família no PI.

Já no peixe que foi servido, nada foi encontrado. A princípio, suspeitou-se que os peixes, tivessem envenenados ou mesmo estragados, mas o exame pericial afastou essa possibilidade, e as pessoas que doaram os peixes à família não são mais considerados suspeitos pela Polícia.

A substância encontrada foi o veneno "terbufós", da classe dos organofosforados, utilizado como inseticida e nematicida (pragas de plantas). Ele ataca o sistema nervoso central e a comunicação entre músculos, causando tremores, crises convulsivas, falta de ar e cólicas. Os efeitos aparecem pouco tempo depois da exposição ao veneno, e os efeitos podem deixar sequelas neurológicas e causar a morte.

A substância é a mesma que foi usada para envenenar, em 2024, dois meninos de 7 e 8 anos da mesma família. Os dois meninos comeram cajus contaminados com a substância que foram dados a eles por uma vizinha. A mulher está presa por homicídio qualificado.

Agora, a Polícia Civil investiga como o veneno chegou ao baião de dois. "É impossível ter ido parar lá sem intenção de alguém", comentou o delegado Abimael Silva.

Veneno foi colocado no dia 1º

No dia 31 de dezembro de 2024, noite de Réveillon, a família preparou uma ceia para comemorar a virada: carne, feijão tropeiro e baião de dois. Todos comeram, se divertiram e, de madrugada, alguns foram dormir e outros voltaram para suas casas.

No dia seguinte, 1º de janeiro, eles retornaram à casa, e havia sobrado parte do baião de dois.

Pela manhã, um casal que realiza um trabalho social de doação de alimentos passou pela casa e doou para a família parte dos peixes que haviam doado também para outras casas da região.

A família então fritou os peixes e serviu no almoço do dia 1º, para acompanhar o baião de dois. Poucos minutos depois, começaram a sentir os efeitos do envenenamento.

Segundo o delegado, o veneno foi colocado no arroz no dia 1° de janeiro, porque a família comeu o mesmo prato, da mesma panela, na noite de Réveillon.

"No dia 31, a família fez o baião de dois e consumiu, mas ninguém passou mal. Só depois do meio dia do dia 1º começaram a sentir os efeitos", comentou o delegado.

Com a conclusão dos laudos, os investigadores buscam descobrir quem cometeu o crime: se foi alguém da família ou se outra pessoa entrou na casa sem ser percebido e envenenou o baião de dois.

Entenda o caso
Imagem: Jornal Nacional/Arquivo pessoalManoel Leandro da Silva, de 18 anos, e Igno Davi da Silva, de 1 ano e 8 meses.(Imagem:Jornal Nacional/Arquivo pessoal)Manoel Leandro da Silva, de 18 anos, e Igno Davi da Silva, de 1 ano e 8 meses.

Ao todo, nove pessoas de uma mesma família passaram mal e foram hospitalizadas na última quarta-feira (1º) após comerem o almoço do dia 1º de janeiro. Duas morreram: um bebê de um ano e oito meses e um jovem de 18 anos.

Lauane e a irmã de quatro anos foram transferidas na última sexta-feira (3) para o HUT. A mãe delas, Francisca Maria, segue internada no Heda, em Parnaíba.

Outros dois parentes delas, um homem de 53 anos e uma criança de 11, receberam alta na sexta.

As vítimas são:

  • Manoel Leandro da Silva, de 18 anos (enteado de Francisco de Assis) - morto;
  • Igno Davi da Silva, de 1 ano e 8 meses (filho de Francisca Maria) - morto;
  • Lauane da Silva, de 3 anos (filha de Francisca Maria e irmã de Igno Davi) - morta;
  • Francisca Maria da Silva, de 32 anos (mãe de Igno Davi e irmã de Manoel) - internada em Parnaíba;
  • Duas meninas de quatro e três anos (filhas de Francisca Maria) - internadas em Teresina;
  • Francisco de Assis Pereira da Costa, de 53 anos (padrasto de Manoel e Francisca) - recebeu alta;
  • Um menino de 11 anos (filho de Francisco) - recebeu alta;
  • Uma adolescente de 17 anos (irmã de Manoel) - recebeu alta;
  • Uma mulher adulta de 32 anos - recebeu alta.

Para ler mais notícias do FlorianoNews, clique em florianonews.com/noticias. Siga também o FlorianoNews no Twitter e no Facebook

Tópicos: arroz, veneno, fam?lia