Vídeo flagra prefeito discutindo com funcionários da Eletrobras

20/09/2018 07h27


Fonte CidadeVerde.com

Vídeos feitos de um celular mostram o prefeito do município de Jaicós, Ogilvan da Silva Oliveira, conhecido como Neném de Edite, envolvido em uma briga com funcionários da Eletrobras. Os funcionários, que gravaram os vídeos, acusam o prefeito de terem sido agredidos e acuados pelo gestor. A cidade fica 352 km ao Sul de Teresina.

Em um dos vídeos, gravado nessa terça-feira (18), é possível ver e ouvir diálogos onde o prefeito está ordenando um dos funcionários a descer de um poste para que ele não faça um corte de energia. Ao perceber que a ação está sendo filmada, o prefeito parece tentar tomar o celular do funcionário, que reage afirmando que não está realizando corte de energia e que o prefeito o está agredindo.

Em outro vídeo, os funcionários aparentemente estão sozinhos dentro de uma sala delegacia da cidade quando o prefeito entra e se inicia nova discussão. Nas imagens, ouve-se Ogilvan da Silva falando de forma ríspida que os funcionários irão retirar “a queixa”. Os funcionários, tentando manter a calma e se defenderem, pedem para não serem agredidos e chamam os policiais. Depois disso, outras pessoas entram na sala para separar a confusão.

O chefe do setor de Segurança da Eletrobras, em Picos, Carlos Petrônio, falou que os funcionários foram agredidos “de graça” nas duas situações pelo prefeito e que se sentiram acuados, por isso acabaram não registrando queixa contra Ogilvan. Carlos Petrônio disse que a assessoria jurídica da Eletrobras foi acionada e que estão decidindo onde fazer o boletim de ocorrência.

“Os funcionários não são da equipe de corte, são da equipe do plantão que atende conserto de energia, não estavam lá para fazer corte, como disseram para o prefeito. Eles foram lá da delegacia registrar queixa e o que houve foi novamente uma agressão, houve truculência por parte do prefeito, que ficou tentando enforcar nosso funcionário. O que acabou foi que eles ficaram acuados e nem fizeram a queixa”, afirmou.

O Cidadeverde.com falou com o prefeito, que disse que acabou ficando com os “ânimos exaltados” porque os funcionários estavam afirmando que iam fazer o corte de energia. De acordo com o prefeito, os funcionários “agiram de má-fé, com desacato e deboche”, pois os vídeos foram editados para prejudicá-lo e mostrar apenas as partes onde ele está mais exaltado. Também de acordo com gestor, o corte não poderia ser feito porque o projeto de ampliação da energia na avenida onde ocorreu o fato, já foi enviado para a Eletrobras e aguardava aprovação da empresa.

“Fui na delegacia prestar o B.O contra a Eletrobras, porque eles estão cortando tudo e estamos em pleno festejo e não podem fazer isso. Chegou um aviso de corte ao meio dia e eles só vieram repassar a informação pra gente às 17h. O projeto foi enviado e estávamos esperando a aprovação da Eletrobras. No vídeo, pegaram a parte onde os ânimos estão mais acirrados, onde estou nervoso e quando me excedi, mas eles disseram que eu era um zé ninguém, que não queriam saber de nada e iam cortar porque era funcionários federais”, disse.

O prefeito afirma que não lembra de ter pedido para os funcionários retirarem a queixa na delegacia, como mostra o vídeo.

“Eu fui prestar queixa contra e Eletrobras, por estar querendo cortar energia e contra eles por desacato. Chegando lá, eles estavam e resolvi conversar com eles amigavelmente, mas acabou que os ânimos se exaltaram de novo, porque eu já havia ficado nervoso com a situação e antes disso já havia um burburinho na cidade de que eles estavam dizendo que gravaram um vídeo e que iam me lascar. Então eu fiquei nervoso e acabamos nos desentendendo de novo”,
contou o gestor.

Na delegacia

Segundo o delegado de Jaicós, Miguel Carneiro, o prefeito chegou na delegacia para registrar queixa contra os funcionários no exato momento em que os dois funcionários já estavam no local. Questionado se é previsto em lei se deixar envolvidos em algum atrito conversarem sozinhos em uma sala na delegacia, ele disse que sim.

"A gente deixou. O prefeito pediu para entrar. Nós deixamos que o prefeito entrasse na sala onde os funcionários estavam sozinhos porque ele disse que ia tentar se entender com os funcionários. Quando a gente viu que eles estavam exaltados, trocando empurrões, agentes entraram e separaram”, afirmou o delegado.

Miguel Carneiro também afirmou que ao final nenhuma das duas partes quis prestar queixa “porque acabaram se entendendo. O prefeito acabou pedindo desculpas para os homens”.

Ainda de acordo com o delegado, a delegacia está disposta a abrir procedimento de investigação sobre o caso, mas que para isso é necessário que qualquer uma das partes registre ocorrência, o que não aconteceu. “O que for registrado, nós iremos apurar, seja contra o funcionário ou contra o prefeito. Só que nesse caso fomos impedidos de exercer o direito de representar criminalmente as partes, porque elas não se manifestaram registrando o B.O. Se registrarem, vamos abrir procedimento e serão tomadas todas as providências”.

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