Vistoria do MPE constata que há risco de parte do teto do Hospital Infantil desabar

20/12/2018 13h29


Fonte CidadeVerde.com

Imagem: DivulgaçãoClique para ampliarVistoria do MPE constata que há risco de parte do teto do Hospital Infantil desabar.(Imagem:Divulgação)

O Ministério Público Estadual realizou inspeção no Hospital Infantil Lucídio Portela e constatou a situação precária do maior e único hospital público pediátrico de alta complexidade do Estado.

O promotor de Justiça Eny Marcos Vieira Pontes, da 12ª Promotoria de Justiça de Teresina, disse ao Cidadeverde.com que a situação estrutural do hospital é “péssima”. “Fizemos uma primeira visita para conhecer e a impressão não foi boa. Pelo contrário, foi péssima”, conta o membro do Ministério Público.

A vistoria foi feita com membros conselhos regionais fiscais de Farmácia e Enfermagem. Na inspeção o Ministério Público constatou falta de medicamentos e insumos, infiltração, mofo, gesso quebrado em alguns setores, salas da enfermaria sem ar condicionado e fiação exposta. A pior situação foi encontrada na sala de triagem, onde o promotor afirma que há risco do teto desabar e atingir quem aguarda atendimento no hospital.

“A sala de triagem está um absurdo. Na inspeção recomendei a imediata mudança de local da triagem, muito mofo e risco de cair restante do forro de gesso. Chamou atenção a precariedade da estrutura, é uma construção muito antiga e não têm sido feitos reparos. Lá existe presença muito grande de mofo, sujeiras, é um prejuízo muito grande tanto para quem trabalha lá, como para as crianças”, disse o promotor.

O MP também confirmou que o laboratório do hospital é sucateado e possui equipamentos ultrapassados. Na vistoria o Ministério Público também verificou uma desorganização na dispensação de medicamentos na unidade hospitalar.

“Não existe um controle na dispensação dos medicamentos. Os medicamentos estão saindo do setor de farmácia para os postos de enfermagem, mas não chegam aos pacientes. E se não chega ao destino final é porque há um desvio e esse desvio não está sendo devidamente acompanhado pela gestão”, acrescenta o promotor.

O Ministério Público chamou a atenção da diretoria geral sobre o suposto desvio e pediu que sejam desenvolvidos sistemas de segurança e informação dentro do hospital. De acordo com o promotor Eny, a direção disse que as “medidas estão sendo pensadas”.

Após a vistoria, o promotor de Justiça estudará as medidas administrativas e/ou judiciais que serão tomadas para assegurar a prestação do serviço de saúde de qualidade.

“Estou concluindo uma recomendação mais ampla e será entregue ainda nesta quinta-feira.O objetivo é que seja feito um resgate da qualidade do hospital”,
finaliza o promotor.

Direção admite precariedade

A direção do Hospital Infantil admite que a situação estrutural do hospital é realmente precária. O diretor Vinicius Nascimento informou ao Cidadeverde.com que recursos já foram obtidos junto ao Ministério da Saúde para que uma reforma seja feita o quanto antes. O diretor nega que há risco de desabamento na sala de triagem e afirma que somente o corredor que dá acesso ao setor, que teria sido isolado, está com infiltração e mofo.

“O processo de trabalho se mantém. Ampliamos atendimento e número de cirurgias, mas realmente há esses problemas estruturais. O Ministério da Saúde liberou R$ 6 milhões que serão investidos na reforma da estrutura do hospital, ampliação de vagas na UTI, leitos de urgência e emergência e ampliar centro cirúrgico”,
afirma o diretor Vinícius.

No começo de fevereiro as licitações devem iniciar após aprovação da Comissão Intergestores Bipartite- CIB. “O importante é que o recurso já está assegurado”, informou a direção do Hospital Infantil.

Sobre o suposto desvio de medicamentos, a direção afirma que vai adotar medidas para impedir esse tipo de prática, como a unitarização das doses dos remédios aos pacientes.

“Ao longo dos anos melhorou muito esse controle, mas vamos melhorar mais ainda esses mecanismos de controle. Uma dessas medidas é a unitarização das doses. A unitarização combate qualquer desvio de medicamento porque a dose já vai suficiente para o paciente. Se o paciente tiver que tomar dipirona, por exemplo, o medicamento já vai diluído em seringa”,
esclarece.

O diretor afirma, ainda, que até agora nenhum funcionário publico foi flagrado fazendo tal desvio.

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