Vítima de estupro coletivo reconhece 3 agressores em vídeo, diz advogada

15/06/2016 08h42


Fonte G1 PI

Imagem: Ellyo Teixeira/G1Jovem que sofreu estupro prestou depoimento na Delegacia Geral em Teresina.(Imagem:Ellyo Teixeira/G1)Jovem que sofreu estupro prestou depoimento na Delegacia Geral em Teresina.

A jovem de 21 anos, vítima de estupro coletivo na cidade de Sigefredo Pacheco, a 160 km de Teresina, afirmou que reconhece três dos quatro homens que aparecem em vídeo. Nas imagens, dois deles tocam a vagina da jovem, que está desacordada e não esboça nenhuma reação. A informação foi dada pela advogada da vítima.

Conforme a advogada Josefa Miranda, o crime foi praticado dentro de um carro na madrugada do dia 3 de junho. Ela comentou ainda que a jovem só teve o conhecimento da violência sofrida após comentários de que imagens delas circulavam pelo WhatsApp.

O caso só passou a ser investigado pela Polícia Civil do Piauí depois que o vídeo vazou. "Ela teve dificuldades para formalizar a denúncia devido à ausência de escrivães na cidade onde mora, mas já disse ao delegado que investiga o caso que conhece três rapazes que aparecem no vídeo", falou a advogada.

Ninguém da Secretaria de Segurança Pública do estado foi encontrado para comentar a falta de escrivães em Sigifredo Pacheco. O boletim de ocorrência foi registrado em Campo Maior, distante 80 km da cidade onde o crime ocorreu.

Para a advogada, mais homens participaram do estupro. Contudo, a defesa da vítima disse que aguarda a condução da investigação, mas ressalta que há provas suficientes para incriminar os suspeitos.

"O delegado Laercio Evangelista, responsável pelo caso, ainda não convocou as testemunhas e nem os suspeitos citados. Vou esperar ele fazer o trâmite normal do caso. No entanto, não há dúvidas de que o crime de estupro foi cometido, pois eles produziram a principal prova para incriminá-los que foi a gravação do vídeo. Inclusive, um deles aparece nas imagens pelado e com as partes íntimas cobertas com um lençol",
detalhou a advogada.

No vídeo, é possível ouvir ainda um dos rapazes falar de forma irônica: "amanhã todo mundo preso em Sigefredo Pacheco". A delegada Anamelka esclarece que o crime de estupro é configurado por ato sexual e/ou libidinoso sem o consenso da vítima.

"Para existir estupro não precisa ter havido conjunção carnal. O ato libidinoso sem a autorização da pessoa é crime. No caso, a jovem está desacordada e não tem discernimento sobre o que está acontecendo, ou seja, o consentimento está comprometido",
explica.

A noite do crime

A advogada informou ao G1 que sua cliente tem poucas recordações da noite em que o vídeo foi gravado. A vítima lembra apenas que ingeriu um copo com bebida alcoólica e estava na companhia de alguns rapazes.

"Ela disse que estava no festejo da cidade, onde mora, quando encontrou estes rapazes. Eles ofereceram um copo de bebida alcoólica e depois disso ela apagou. Acordou no dia seguinte em sua residência sem lembrar do que aconteceu. Depois, somente tomou conhecimento após os comentários da divulgação das imagens",
detalhou.

Realização de exames

Segundo informações da delegada Anamelka Cadena, a jovem veio para Teresina nesta terça-feira e realizou exames no Serviço de Atendimento à Mulher Vítima de Violência (Sanvis) da Maternidade Dona Evangelina Rosa e foi encaminhada ao Instituto Natan Portela para tomar um coquetel de medicamentos que evita a contaminação por doenças sexualmente transmissíveis. Ela prestou depoimento na Delegacia Geral da capital.

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Tópicos: vítima, advogada, estupro