Viúva de homem assassinado decidiu deixar a cidade após ameaças, mas vítima decidiu ficar

20/09/2022 09h12


Fonte G1 PI

Imagem: Ravi Marques/TV ClubeValdênia Assis Costa, a viúva de João Rodrigues Neto Dias, o homem que foi assassinado em São Raimundo Nonato.(Imagem:Ravi Marques/TV Clube)Valdênia Assis Costa, a viúva de João Rodrigues Neto Dias, o homem que foi assassinado em São Raimundo Nonato.

Valdênia Assis Costa, a viúva de João Rodrigues Neto Dias, o homem que foi assassinado a tiros na frente das duas filhas no último dia 13, em São Raimundo Nonato, contou em entrevista à TV Clube que seu marido duvidava que seria assassinado, apesar das ameaças que a família vinha sofrendo.

Segundo a Polícia Civil, João Rodrigues foi assassinado em um crime de pistolagem. Os mandantes do crime seriam familiares de Pedro Ferreira - vítima de um acidente de trânsito ocorrido no mês de junho de 2022.

João Rodrigues se envolveu no acidente, causando a morte de Pedro Ferreira. Entretanto, a investigação da Polícia Civil concluiu que João não teria como evitar a morte de Pedro devido às circunstâncias. Mesmo assim, filhos de Pedro Ferreira juraram se vingar de João.

Segundo Valdênia, desde o acidente a vida da família mudou. As ameaças a ela chegavam através de conhecidos que avisavam sobre as intenções dos mandantes do crime. Diante do risco, a secretária contou que decidiu deixar a cidade com a família.

"A opção que vi foi a gente sair de São Raimundo [Nonato] mesmo, e disse a ele. Ele dizia: Não vai acontecer. Eles estão tentando te desequilibrar, tirar sua estrutura",
contou.

Valdênia lembra que, no dia em que recebeu o primeiro aviso, o marido não saiu de casa. Mas no dia seguinte, foi para o trabalho normalmente.

"No dia seguinte ele disse: Vou tomar banho e vou trabalhar. Porque eu não matei o pai deles, eu não tenho culpa nisso",
lembrou Valdênia.

As ameaças continuaram pelos três meses entre o acidente e o assassinato de João Rodrigues, até o ponto em que ele mesmo passou ter medo, e a trabalhar em home office, para evitar sair de casa.

A viúva lembrou que João costumava tentar esconder a preocupação que tinha com as ameaças, mas deixava transparecer a ansiedade.

"Chegava em casa e ele estava deitado, não queria comer. Talvez recebendo alguma ameaça e não queria dizer. Quando as meninas vinham, ele mudava, tentava dar o melhor de si para elas não perceberem, e a gente vivia nessa situação de pressão".


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Tópicos: crime, acidente, assassinado