Viúvo faz apelo após acusada de matar esposa a tesouradas ser solta

07/09/2020 15h30


Fonte Cidadeverde.com

Imagem: DivulgaçãoClique para ampliarRonivan Silva, viúvo de Silvana.(Imagem:Divulgação)Ronivan Silva, viúvo de Silvana.

A família de Silvana Oliveira Lima, 35 anos, assassinada a golpes de tesouradas no último dia 30 de julho na loja em que trabalhava, faz uma apelo emocionado para que a acusada do crime volte para o sistema prisional. Maria do Socorro da Cruz Feitosa, que era sua colega de trabalho, teve liberdade provisória concedida pela juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Sandro Francisco Rodrigues.

O viúvo de Silvana, Ronivan Silva, conta que todos dias as duas filhas do casal perguntam pela mãe. A menor, de 10 anos, chega a enviar mensagem para o Whatsapp dela e questiona "Por que a senhora não me responde?".

"Minhas filhas, a menor fica perguntando "papai cadê a mamãe? Ela volta quando?" Ela está no ceú, virou estrelinha. Ela não entende porque tem apenas 10 anos e acha que a mãe está viajando. Ela manda mensagem no Whatsapp dela perguntando cadê a senhora, mãe? Não me responde por quê? Dói tanto ver uma filha chorar e perguntar pela mãe. Espero que a justiça seja feita e que a justiça tome as providências necessárias para ela poder voltar para prisão, lugar que ela não deveria ter saído", desabafa o viúvo.

Muito abalada e em lágrimas, a mãe de Silvana clama para que a acusada de matar sua filha volte logo para a prisão. "Ontem eu vi que ela estava solta. Isso é muito triste pra uma mãe. Parece que ela matou um animal bruto, mas, não. Matou uma mãe de família", disse.

Maria do Socorro ficou exatos 17 dias presa. O juiz considerou , dentre entre outras coisas, que a acusada não possui histórico criminal, nem havia demonstrado comportamento agressivo antes do crime. O magistrado também entende que ela não representa risco à sociedade estando em liberdade.

O juiz estipulou medidas cautelares proibindo Maria do Socorro de ir à loja onde trabalhava, manter distância mínima de 300m dos funcionários da empresa, lhe obrigando a se recolher em casa entre 20h as 6 h da manhã. Ela também não pode se ausentar de Teresina por mais de 5 dias e deve comparecer aos atos processuais quando intimada.

O magistrado determinou, ainda, a instauração de incidente de insanidade mental. O juiz quer o laudo de uma junta médica para atestar se Maria do Socorro era inteiramente capaz de entender o que estava fazendo no momento do crime. O prazo para o exame ser feito é de 45 dias.

Entenda o caso

A delegada Luana Alves, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoas (DHPP), indiciou Maria do Socorro por homicídio duplamente qualificado.

"O crime foi um homicídio mesmo com duas qualificadoras. A primeira foi a de que impediu a defesa da vitima. Ela não tinha como se defender porque, analisando as imagens das câmeras de segurança e depoimentos de testemunhas, a gente viu que a investigada estava numa sala quando a vitima entrou nessa sala, entrou e saiu, foi pega de surpresa. Foi praticamente um ataque. Teve puxão de cabelo e os golpes de tesoura", conta a delegada.

A segunda qualificadora, segundo as investigações, foi o meio cruel como aconteceu o assassinato. Havia tufos de cabelo na tesoura usada no crime. "Ela sofreu golpes no rosto, cabeça, mãos e feridas no corpo", acrescenta a delegada.

A mulher suspeita de matar a golpes de tesoura a colega de trabalho Silvana Oliveira Lima, 35 anos, escreveu um bilhete, que foi apreendido ainda no dia do crime, dizendo que estava sendo vítima de calúnia e difamação. As acusações seriam de que ela estava praticando furtos no estabelecimento em que trabalhava com a vítima. A polícia não acredita nesta versão e, segundo relatos de testemunhas, não há indícios de que isto tenha ocorrido.

 

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