Caso Donizete Adalto: Justiça adia julgamento para março de 2022 após pedido da defesa

29/10/2021 14h16


Fonte G1 PI

Imagem: ReproduçãoDonizete Adalto(Imagem:Reprodução)Donizete Adalto

O Tribunal de Justiça do Piauí adiou o julgamento dos acusados de participação no assassinato do jornalista Donizete Adalto para o mês de março de 2022, ainda sem data definida. O adiamento foi um pedido dos novos advogados de defesa de Djalma da Costa e Silva Filho, que pediram o prazo para estudar o caso. O assassinato aconteceu há 23 anos, em 19 de setembro de 1998, em Teresina.

Cinco pessoas estão sendo acusadas pelo Ministério Público do Estado do Piauí de participação no homicídio do jornalista. O julgamento deveria ter iniciado no dia 25 de outubro deste ano, mas foi adiado porque Djalma Filho afirmou que estava sem advogados.

No dia seguinte, Djalma constituiu uma nova equipe de defesa, composta por quatro advogados. Na quarta-feira (27), a defesa protocolou na 1º Vara do Tribunal do Júri uma petição solicitando o adiamento do julgamento, por 180 dias, para estudar o processo. O pedido foi aceito nesta sexta-feira (29).

No pedido, a defesa explicou que com a renúncia dos advogados que faziam a defesa de Djalma Filho, no dia 15 de outubro, precisaria de mais tempo para se inteirar sobre o processo.

“A defesa agora constituída não tem conhecimento dos fatos e das provas constituídas nos autos, ressalte-se que estamos tratando de um processo com diversos incidentes e de considerável complexidade. É sabido que a Constituição Federal reconhece a instituição do júri, assegurando ao réu a plenitude de defesa, nos termos do art. 5º, XXXVIII, “a”, da Constituição Federal. Por essa razão, se torna impossível o acusado ter garantida uma defesa plena, sem que a defesa técnica ora constituída tenha tempo hábil de conhecer todas as nuances do processo”, escreveu.

O julgamento

O juiz Antônio Nolleto determinou o início do julgamento pelo Tribunal do Júri, que julga crimes dolosos contra a vida. A decisão de pronúncia ao Tribunal Popular do Júri veio após serem anexados ao processo dois laudos da Perícia Criminal do Piauí produzidos em 1998, feitos em armas de fogo que teriam sido utilizadas no crime.

De acordo com o laudo, dois projéteis encontrados no corpo de Donizete Adalto foram disparados por uma das armas analisadas, um revólver calibre 38 da marca Rossi.

A inclusão dos laudos periciais no processo foram pedidos da defesa do ex-vereador Djalma Filho. Os pedidos foram feitos em 2019 e foram parcialmente acolhidos pelo juiz. Outras solicitações semelhantes por perícias e laudos técnicos foram feitos antes pela defesa.

Os laudos periciais teriam sido encontrados apenas em 2021. Com a inclusão no processo, o julgamento estaria pronto para ser iniciado, 23 anos após o crime.

São acusados do crime e irão a julgamento:
  • o ex-vereador e professor universitário Djalma Filho;
  • Fabrício de Jesus Costa Lima, motorista;
  • João Evangelista de Meneses, conhecido como Pezão, policial civil;
  • Ricardo Luís Alvez de Sousa - policial civil;
  • Sérgio Ricardo do Nascimento Silva, motorista.
O crime

O jornalista paraense Donizete Adalto foi espancado e assassinado a tiros na madrugada do dia 19 de setembro de 1998, na Avenida Marechal Castelo Branco, no bairro Primavera, em Teresina.

Na época ele era candidato a deputado federal pelo PPS. O ex-vereador Djalma Filho estava no carro com a vítima e, conforme denúncia do Ministério Público, teria sido o mandante do crime.

Conforme relatos dos acusados e de outras testemunhas no processo, Djalma teria conduzido o veículo com Donizete no banco do passageiro, dando ordem para que Sérgio Ricardo do Nascimento Silva, em uma Kombi usada em campanha política, seguisse o carro. Assim também, outro carro deveria acompanhá-los para que Djalma pudesse fugir após o crime.

Em um determinado momento, conforme o processo, a Kombi interceptou o veículo onde estava Donizete e dois homens desceram do veículo, que seriam Sérgio Ricardo do Nascimento e João Evangelista de Meneses, o Pezão. Dois tiros foram disparados por eles e o jornalista morreu no local. Um deles teria dado ainda coronhadas em Donizete, para confirmar se estava morto.

Djalma foi visto correndo em direção ao outro veículo, assim como o autor dos disparos retornou à Kombi. Em depoimento, o ex-vereador Djalma filho afirmou que os dois foram abordados por homens em motocicletas, o que foi negado pelas testemunhas e pelos outros envolvidos no caso, alguns dos quais confessaram participação.

Valores entre R$ 1 mil e R$ 6 mil teriam sido pagos para os envolvidos no crime. Quebra de sigilo telefônico e bancário, conforme a denúncia, indicaram a relação entre os acusados.

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Tópicos: crime, julgamento, donizete