Morte de Izadora Mourão foi planejada pelo irmão e a mãe após vÃtima cobrar parte da herança do pai
28/06/2021 21h14Fonte G1 PI
Imagem: ReproduçãoMorte de Izadora Mourão foi planejada pelo irmão e a mãe após vítima cobrar parte da herança do pai
O coordenador do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Francisco Costa, o Barêtta, afirmou que o crime de assassinato da advogada Izadora Mourão teria sido motivado por uma briga envolvendo a herança, avaliada em cerca de R$ 4 milhões, deixada pelo pai da vítima.
"Ele deixou bens materiais somados numa herança de quase R$ 4 milhões em terrenos, casas e outros bens. Houve a venda de um imóvel e a Izadora não quis a parte dela, mas falou que o irmão e a mãe poderiam usar. Quando a Izadora começou a reivindicar a parte dela, eles começaram a criar um problema e dizer que ela não tinha direito a mais nada. Foi a onde levou a dona Maria Necir e o João Paulo a realmente afunilar, planejar e executar o ato criminoso", disse o delegado.
A advogada Izadora Mourão, de 41 anos, foi assassinada com 11 facadas em seu quarto, em Pedro II, Norte do Piauí, no dia 13 de fevereiro deste ano. João Paulo Mourão, irmão de Izadora, foi indiciado por homicídio triplamente qualificado. A mãe de Izadora, Maria Nerci, foi indiciada como coautora do crime e fraude processual.
A defesa da aposentada Maria Nerci Mourão e o advogado e jornalista João Paulo sustentam que apenas a mãe teria participado do crime. A aposentada assumiu a autoria do assassinato da filha, no último dia 23, durante audiência de instrução do caso.
Mas de acordo com Barêtta, João Paulo Mourão é o verdadeiro autor do assassinato contra a própria irmã, a advogada Izadora. O delegado diz que as provas colhidas pela perícia são "harmônicas" e "fortes" e que Nerci Mourão apenas auxiliou João Paulo a cometer o crime.
"As provas, os indícios carreados para os altos do inquérito policial eles são harmônicos, eles são fortes, eles são convincentes. Os peritos fizeram um brilhante trabalho ao analisar os 11 golpes, as lesões sofridas pela vítima, o espaço em que cada uma foi dada. Eles fizeram a verdadeira diagnóstico da morte, ou seja, a cronologia das lesões que levou a advogada Izadora a perder a vida naquele dia. E a posição em que estava o autor do crime, no caso o João Paulo, e mãe dele auxiliando, inclusive com a mão que foi colocada na cama após a vítima cair no chão", explicou.
Além dos indícios colhidos pela perícia e reforçados pelo delegado Barêtta, a Polícia Civil divulgou um vídeo animação e questionou a versão da defesa de João Paulo. O vídeo produzido indica que o advogado e a mãe, Maria Nerci, atuaram juntos no assassinato.
"Estratégia da defesa", diz delegado
Para o delegado Barêtta, o crime foi premeditado e que a negativa da participação de João Paulo é uma estratégia, já que a mãe possui mais de 70 anos e, se condenada, deve ter a pena reduzida em função da idade, conforme previsto no Código Penal.
Ele declarou ainda que a perícia indicou a participação dos dois, considerando a altura do agressor e a posição em que os golpes foram aplicados.
“Essa foi uma estratégia da defesa. Temos um verdadeiro encadeamento do crime praticado pelo João Paulo, que foi autor material, ele que agiu, matou alguém auxiliado pela mãe dele. Contra provas não há argumentos”, declarou o delegado.
Após a audiência, a Justiça tem 10 dias para decidir se os dois irão ou não responder pelo crime diante do Tribunal Popular do Júri, que julga crimes contra a vida.
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