Polícia Civil investiga médico psiquiatra suspeito de assediar sexualmente oito mulheres em Teresina

05/05/2022 15h02


Fonte G1 PI

Imagem: ReproduçãoConselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI)(Imagem:Reprodução)Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI)

A Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (DEAM-PI) abriu um inquérito para investigar o médico psiquiatra Eurivan Sales Ribeiro por assédio sexual contra oito pacientes em Teresina.

A suspeita é que os crimes tenham ocorridos no próprio consultório do médico. Adélia Barros, advogada de defesa das vítimas, relatou que o caso veio à tona após uma amiga de uma estudante membro de uma comissão da Ordem dos Advogados do Brasil – secção Piauí (OAB-PI) ter relatado o que passou com Eurivan Sales.

“Tomamos conhecimento desse caso através de uma estudante de direito que fazia parte da Comissão da Mulher na OAB-PI e ela nos repassou. Ela tomou conhecimento através de uma amiga que foi até o consultório buscar ajuda médica e lá se deparou com uma situação que ela saiu perplexa, pensando que foi fora dos limites todas as abordagens, trazendo situações que, pra ela, eram totalmente desconexas com o que esperava”, afirmou a advogada.

Em entrevista à TV Clube, uma das vítimas contou que procurou o psiquiatra para tratar um quadro de depressão que ela desenvolveu após o término de um relacionamento. Ela disse que notou algumas falas estranhas por parte do médico nas duas primeiras consultas, mas pensou que não seria nada de mais. Na terceira vez que ela foi até o consultório, a situação agravou.

“Quando eu voltei, que eu tive esse ataque de pânico, que eu não me dei bem com a medicação na terceira vez, ele me pediu para me auscultar. Ele pediu licença para pegar em mim. Só que quando eu fui me levantar, ele disse: ‘me dê aqui sua mão’. E aí eu peguei na mão dele, ele me levantou, me botou de frente para ele e já me fez umas perguntas que foi onde eu me senti muito com a minha privacidade invadida. Ele me perguntou ‘Você é fogosa na cama?’”, relatou a vítima.

Até o momento, 21 mulheres já manifestaram que tiveram a privacidade invadida pelo psiquiatra, sendo que destas, oito formalizaram a denúncia.

A defesa de Eurivan Sales Ribeiro disse que o médico ainda não foi ouvido e que deve aguardar a conclusão do inquérito. Caso ele seja indiciado, a defesa diz que irá provar a inocência dele.

Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI) não comentou sobre o caso e apenas informou que sindicâncias e os processos éticos-profissionais nos conselhos regionais e federal tramitam em sigilo processual, devendo tal sigilo ser resguardado pelas partes e respectivos advogados.

“É um processo que está tendo um sigilo, até mesmo para proteger as vítimas. A gente evita falar fatos pormenores para que a gente não exponha essas vítimas”, comentou a advogada Adélia Barros.

Enquanto o caso segue em investigação, as mulheres que acusam o psiquiatra de assédio sexual se dizem fragilizadas emocionalmente depois do ocorrido.

“A gente busca ajuda porque a gente já tem a consciência que a gente não tá mais bem. Eu já não estava muito em mim, por conta daquele estado”, disse uma das vítimas.

Tópicos: sigilo, v?timas, m?dico