Ré na morte de cabo do Bope em Teresina tem prisão decretada a três dias do julgamento

17/09/2021 14h29


Fonte G1 PI

Imagem: João CunhaCabo Claudemir foi morto quando saía de academia, na Zona Sul de Teresina.(Imagem:João Cunha)Cabo Claudemir foi morto quando saía de academia, na Zona Sul de Teresina.

O juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Antônio Nollêto, decretou a prisão preventiva de Thais Monait Neris de Oliveira, uma das acusadas do assassinato do policial militar do Bope, o cabo Claudemir de Paula Sousa, em dezembro de 2016. O julgamento de Thaís Monait está previsto para a próxima segunda-feira (20) no Fórum Criminal.

A prisão foi decretada depois que o Ministério Público verificou que Thaís não foi encontrada no endereço informado na justiça e não pediu autorização para se ausentar de Teresina. Ela está morando no Distrito Federal há cerca de um ano, segundo a família.

Thaís é ré no processo, acusada de ser responsável por monitorar os passos do cabo e ter dado o sinal do momento que ele saiu da academia para o atirador.

Ela foi presa, pela primeira vez, dois dias depois do crime, ao se entregar. Em janeiro de 2018 teve a prisão revogada e teve medidas cautelares impostas. No entanto, em abril do mesmo ano teve novamente a prisão decretada depois de ser presa suspeita de assalto na Zona Leste de Teresina. Em junho de 2020 foi novamente posta em liberdade por excesso de prazo.

E agora teve a prisão preventiva decretada por novamente descumprir as medidas cautelares impostas.

“A acusada não foi localizada no endereço constante dos autos, para ser intimada da sessão de julgamento deste processo, que ocorrerá em 20/09/2021. De acordo com a certidão do Oficial de Justiça, a avó da acusada informou que ela estaria residindo no estado do Goiás há mais de um ano. Inclusive, dentre os documentos pessoais da denunciada, juntados pela Defesa consta Caderneta da Gestante de Brasília-DF, em nome de Thaís Monait Neris de Oliveira. Dessa forma, é possível constatar que, de fato, a acusada ausentou-se definitivamente do município de sua residência, sem a devida autorização deste Juízo, nem comunicou sobre a eventual mudança de endereço, descumprindo, portanto, compromissos assumidos quando da concessão da liberdade provisória”, destaca a decisão judicial.

O julgamento está previsto para ocorrer a partir das 8h da próxima segunda-feira (20) no Fórum Cível e Criminal de Teresina.

Dos oito acusados três foram assassinados: Weslley Marlon Silva, Igor Andrade Sousa e Flávio Willame da Silva.

Morte de policial tem quase cinco anos

A morte do cabo Claudemir de Paula Sousa completa cinco anos em 6 de dezembro de 2021. Até o momento, nenhum dos acusados foi julgado. Deles, três morreram e outros cinco tiveram seus julgamentos adiados e respondem pelo crime em liberdade, após terem sido presos e terem apresentado recursos.

Flávio Willame da Silva, 33 anos, foi morto com dez disparos de arma de fogo, em 11 de dezembro de 2020, no Centro de Teresina. Outro acusado, Igor Andrade Sousa, 22 anos, morreu no dia 7 de fevereiro de 2020, após cerca de seis meses em recuperação por ter sido baleado em agosto de 2019.

O primeiro acusado a morrer foi Weslley Marlon Silva, segundo a polícia, ele foi o responsável por monitorar o policial e matá-lo a tiros. O réu foi morto durante troca de tiros com a polícia em agosto de 2018.

Restam agora os réus: Maria Ocionira Barbosa de Sousa, ex-namorada do policial e apontada como coautora intelectual do crime, Leonardo Ferreira Lima, que, segundo a polícia, foi o mandante do crime, José Roberto Leal da Silva, conhecido como Beto Jamaica, acusado de agir como intermediador.

E ainda Francisco Luan de Sena e Thaís Monait Neris de Oliveira, ambos acusados de atuar como olheiros. Hoje, todos em liberdade, aguardando julgamento.

Crime encomendado

Claudemir Sousa, 33 anos, estava saindo da academia onde treinava no bairro em que morava, Saci, Zona Sul de Teresina, quando foi morto pelos criminosos.

No dia seguinte cinco pessoas foram presas, entre elas um homem que usava tornozeleira eletrônica. A investigação da Polícia Civil e do Ministério Público apontou que Leonardo Ferreira Lima e Maria Ocionira Barbosa de Sousa encomendaram a morte da vítima. Os suspeitos mantinham um relacionamento amoroso e eram parceiros em supostas fraudes ao INSS.

A peça do MP defende que, temendo que a reaproximação prejudicasse sua relação amorosa e financeira, os acusados planejaram o homicídio e ofereceram R$ 20 mil aos executores.

A negociação foi intermediada pelo acusado José Roberto Leal da Silva, conhecido como Beto Jamaica, que contratou Weslley Marlon Silva, Francisco Luan de Sena e Igor Andrade de Sousa para a execução.

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Tópicos: crime, acusados, pris?o