Apesar de alerta com reprovação, Bolsonaro deve manter tom bélico de olho em 2022

02/09/2019 10h20


Fonte G1

Imagem: DivulgaçãoClique para ampliarPresidente Jair Bolsonaro(Imagem:Divulgação)Presidente Jair Bolsonaro

Os resultados das últimas pesquisas de opinião pública, que mostram o crescimento da reprovação do presidente Jair Bolsonaro, acenderam a luz amarela em vários setores do governo. Mesmo assim, a avaliação interna é que dificilmente Bolsonaro vai mudar o tom bélico mostrado nestes últimos meses.

De acordo com pesquisa DataFolha, divulgada nesta segunda-feira (2) pelo jornal "Folha de S.Paulo", a reprovação do presidente subiu de 33% para 38% entre as pesquisas feitas em julho e agosto. O crescimento da rejeição acontece no momento em que Bolsonaro intensifica o tom de palanque de suas falas, radicalizando o discurso.

Havia a expectativa de que, com a aprovação da reforma da Previdência, na Câmara dos Deputados, o presidente Bolsonaro iria tentar capitalizar o feito ao máximo e começar a criar um ambiente virtuoso para a economia, dando estabilidade e atraindo investimentos para o país.

Mas aconteceu exatamente o contrário. Segundo aliados, ao se sentir mais confortável, Bolsonaro decidiu expor a sua essência, falando especificamente para aquele seu eleitorado mais ideológico. Ao mesmo tempo, passou a ignorar o eleitor de centro que voltou nele para escapar do PT.

Nessa guinada, passou a questionar dados científicos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) – sem falar na polêmica internacional sobre a preservação da floresta Amazônica. Ele avisou que vai indicar um de seus filhos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para embaixada do Brasil nos Estados Unidos; chegou a chamar os governadores do Nordeste de "Paraíba"; além de ter levantando suspeitas sobre as circunstâncias da morte do desaparecido político Fernando Santa Cruz, pai do atual presidente da OAB, Felipe Santa Cruz.

A consequência direta disso foi a reprovação de 51% da população sobre a condução do governo na questão ambiental. Além disso, 75% avaliam que é legítimo o interesse externo na Amazônia. A rejeição ao governo subiu entre as mulheres e aqueles de renda superior, que ganham mais de 10 salários mínimos. Neste último segmento, a avaliação ótimo/bom despencou de 52% para 37%. No Nordeste, a avaliação ruim/péssimo pulou de 41% para 52%.

Cada vez mais, Bolsonaro intensifica o discurso de radicalização política, mantendo o ambiente de campanha eleitoral do ano passado. Uma clara sinalização de que já está trabalhando o palanque para tentar a reeleição em 2022.

Ao mesmo tempo em que radicaliza o discurso para manter o seu eleitorado mais fiel, tenta esvaziar nomes de centro como o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), o apresentador Luciano Huck e até mesmo o do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. Esse último, passou a ter suas ações esvaziadas pelo presidente.

Para Bolsonaro, interessa manter essa polarização com o PT. A avaliação de aliados é de que o discurso radical foi a forma encontrada pelo presidente para vencer a eleição de 2018. E, portanto, deve alimentar esse tom bélico, ao invés de descer do palanque para ajudar a pacificar o país.

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