Após quatro votos, Supremo adia conclusão de julgamento sobre revista íntima em presídios

29/10/2020 18h30


Fonte G1

Imagem: ReproduçãoClique para ampliarApós quatro votos, Supremo adia conclusão de julgamento sobre revista íntima em presídios(Imagem:Reprodução)
 O Supremo Tribunal Federal (STF) adiou nesta quinta-feira (29) a conclusão do julgamento que deve definir se a realização de revistas íntimas em visitantes na entrada de estabelecimentos prisionais desrespeita os princípios constitucionais da dignidade humana e da preservação da intimidade.

Após os votos de quatro ministros, a análise foi adiada por um pedido de vista (mais tempo para analisar o caso) de Dias Toffoli. Faltam os votos de outros sete ministros. Não há data para a retomada do julgamento.

O julgamento também decidirá se as provas obtidas por meio de revista íntima são lícitas ou ilícitas. Se ilícitas, não podem ser utilizadas em processos criminais.

Até agora, dois ministros acompanharam o voto do relator do recurso, ministro Edson Fachin, e um divergiu.

O relator considerou “inadmissível a prática vexatória da revista íntima em visitas sociais nos estabelecimentos de segregação compulsória, vedado sob qualquer forma ou modo o desnudamento de visitantes e a abominável inspeção de suas cavidades corporais”.

Para Edson Fachin, a prova obtida a partir da revista íntima "é ilícita, não cabendo como escusa a ausência de equipamentos eletrônicos e radioscópicos”.

Também votaram nesse sentido os ministros Luís Roberto Barroso e Rosa Weber.

O ministro Alexandre de Moraes divergiu, sob o argumento de que a revista deve seguir critérios específicos.

A decisão terá repercussão geral, ou seja, o entendimento deverá ser aplicado a casos semelhantes nas demais instâncias.