Bolsonaro muda discurso e diz que comitiva vai a Israel

06/03/2021 14h40


Fonte uol.com

Imagem: ReproduçãoBolsonaro muda discurso e diz que comitiva vai a Israel tratar de vacina(Imagem:Reprodução)Bolsonaro muda discurso e diz que comitiva vai a Israel tratar de vacina

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mudou o discurso e anunciou a comitiva do governo a Israel como uma missão destinada a tratar de vacinas. Nos últimos dias, ele afirmou que a intenção era falar sobre um spray nasal ainda em estudos preliminares. Em um vídeo de 2 minutos publicado hoje, Bolsonaro e os membros da comitiva sequer mencionaram o produto, citando apenas "medicamentos", de forma genérica.

O grupo tem pelo menos oito pessoas e embarca hoje para Israel. São liderados pelo chanceler Ernesto Araújo. Na quarta-feira (3), por exemplo, o presidente anunciou três medidas que defende para enfrentar a segunda onda de coronavírus que atinge o Brasil: vacinação, tratamento.

Hoje, o presidente destacou que a meta é "mais do que um intercâmbio". "Estamos buscando protocolos, acordos, na área de ciência e tecnologia, que será muito proveitoso para o momento que vivemos, o vírus, como um legado para o futuro", afirmou Bolsonaro, no vídeo divulgado por ele em redes sociais. "Tem uma vacina brasileira em desenvolvimento", comentou o presidente, quando acrescentou que os estudos nacionais serão levados a Israel.

O secretário de Pesquisa e Formação Científica do Ministério da Ciência e Tecnologia, Marcelo Morales, disse que o objetivo é tratar de medicamentos e vacinas. "O objetivo é levar (...) para fazer esse acordo de cooperação em várias áreas de conhecimento, inclusive de medicamentos e vacinas, que estamos desenvolvendo", esclareceu.

Morales disse que três das 15 vacinas brasileiras em estudo estão em fase mais adiantada - tema que será discutido em Israel. "Se tivermos uma mutação no Brasil, podemos adaptar a vacina à nova mutação", afirmou. "Temos a possibilidade de fazer essa interação com as vacinas sendo desenvolvidas em Israel."

Morales disse que as três vacinas devem entrar em ensaios clínicos com pacientes no mês que vem. Ele afirmou que uma delas "já deu entrada na Anvisa". Consultada pelo UOL, a agência negou a informação.

O órgão afirmou que mantém contato com os centros de pesquisa das universidades UFMG, UFRJ e USP, esta última parceira de laboratório dos EUA. Todas as análises estão em fase pré-clínica, com teses em animais. Não houve pedidos para estudos em pessoas. "A Anvisa não recebeu nenhum pedido formal de autorização de estudos no Brasil para essas três vacinas", disse a assessoria à reportagem.

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