Cícero Magalhães acusa Sérgio Moro de tentar manter em sigilo a lista da Odebrecht

29/03/2016 17h25


Fonte Alepi

Imagem: Caio BrunoClique para ampliarCícero Magalhães(Imagem:Caio Bruno)Cícero Magalhães

A atitude do juiz da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, Sérgio Moro, em não divulgar a relação de mais de 300 parlamentares e partidos que receberam dinheiro de campanha da empreiteira Odebrecht, foi alvo de críticas do deputado estadual Cícero Magalhães (PT), durante pronunciamento da tribuna da Assembleia Legislativa do Piauí, nesta terça-feira (29).

“Moro não é herói coisa nenhuma, como não é o político que não se envolve em corrupção, porque essa é obrigação do homem público: ser honesto. Ele (Moro) agiu de maneira cretina ao divulgar a conversa da presidente Dilma com o Lula e agora quer manter o sigilo da lista dos cretinos, que o Judiciário tem obrigação de tornar pública para o povo saber que não é só um partido, mas a maioria, que está envolvida em corrupção”, defendeu.

Segundo Cícero Magalhães, Sérgio Moro deixou de prestar um grande serviço ao país, se tivesse divulgado os nomes das pessoas incluídas na lista, ao contrário do que fez com o “grampo” da Polícia Federal, tornado público poucas horas depois da escuta da conversa entre a presidente da República, Dilma Rousseff, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ao invés de divulgar esses nomes, Sérgio Moro enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) os processos da Operação Lava Jato - relativos da 23ª e 26ª fases, denominadas Acarajé e Xepa – que incluem a lista dos políticos e partidos que receberam pagamentos da Odebrecht. O documento foi apreendido pela Polícia Federal na casa de Benedicto Barbosa da Silva Júnior, um dos executivos da Odebrecht, durante a Operação Lava Jato.

O deputado Robert Rios (PDT), em aparte, considerou estranha a afirmação do orador de que o PT seria um dos partidos com menor número de políticos corruptos. “Se o PT for o menos corrupto, eu vou pedir asilo em outro país”, ironizou, antes de defender eleições nacionais para mudar todas as casas legislativas, começando pelo Congresso Nacional, que é “podre”, na avaliação do deputado.

Rios chamou Dilma de “incapaz”, gerencial e administrativa, de governar o Brasil. Para ele, a deleção da publicitária Danielle Fonteles é definitiva para a saída de Dilma Rousseff da Presidência - a sócia da Agência Pepper depôs e confessou o recebimento, não declarado, de R$ 6,1 milhões da empresa Andrade Gutierrez, que contribuiu com a campanha de Dilma e é investigada pelo Juiz Sérgio Moro.

Cícero Magalhães encerrou sua fala lembrando que quem fez o ranking da corrupção entre os partidos não foi ele, mas a imprensa. O deputado defendeu que o conteúdo das delações, após comprovada a veracidade dos fatos, devem ser divulgados, sem omissão de nomes ou siglas, para acabar com essa disputa entre quem é a favor e quem é contra o governo Dilma. “Virou rivengo”.

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