CÃcero Magalhães pede calma à oposição para não acirrar ainda mais os ânimos
16/03/2016 16h55Fonte Alepi
Coube ao deputado estadual Cícero Magalhães (PT) responder às críticas dos deputados de oposição à nomeação do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva para o cargo de ministro-chefe da Casa Civil do governo Dilma, o que estava sendo decidido em reunião no Palácio do Planalto. “Difamar o Lula é fácil, todo mundo sabe. Quero ver é fazer o que o Lula fez”. Magalhães defendeu calma, paciência e respeito às instituições, sobretudo o voto soberano de milhões de brasileiros, “para não acirrar ainda mais o clima de disputa entre os dois lados".O deputado petista disse que mantém a coerência de entender que Lula não deveria aceitar o ministério. “Mas diante desse jogo de imparcialidade, do ódio, rancor, preconceito e falta de respeito de alguns quando se referem ao ex-presidente Lula, não por um Brasil melhor, mas para tirar Dilma do poder… Um partido que se enlameou com merenda escolar vem dá lição de moral, cobrar honestidade dos outros”, destacou.
Imagem: Alepi
Cícero Magalhães disse que não aceita que se diga que o PT é uma organização criminosa. E citou o fato de um policial federal, que se notabilizou por conduzir os acusados de envolvimento em corrupção, é réu em uma ação por crime cometido no exercício das funções e nem por isso poderia chamar a Polícia Federal de organização criminosa.
“Não digo que nos partidos só tem canalhas. A maioria das instituições, como om Judiciário, a Polícia Federal, a Imprensa, o Congresso, os partidos é feita por homens e mulheres de bem, pessoas honradas, que não podem ser jogadas na vala comum”, reagiu.
O orador também disse que a deleção do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) só serve para o PT, não vale para o senador Aécio Neves (PSDB-MG), citado várias vezes pelo delator. “Não podemos condenar sem investigar, sem provas, como querem alguns. A própria juíza encarregada do processo contra Lula questionou a falta de provas. Cadê as provas?”, questionou.
Apartes
Os deputados Flora Izabel e João de Deus (PT) pediram a palavra para concordar com o discurso do orador. Flora disse que a justiça tem que existir para todos. Que Lula vai fazer a interlocução com o Congresso e que a reação à presença dele no ministério de Dilma é uma tentativa de intimidação, que se repete em Brasília.
“Estão esperando nomear para o Lula para colocar os 20 milhões de pessoas nas ruas. Torço para que ele aceite a Casa Civil para dar uma solução às crises econômicas e políticas”.
João de Deus lembrou que Lula vinha sendo convidado para ser ministro há vários meses. E que o fato de o ex-presidente ocupar esse cargo não impede que ele continue sendo investigado.
"A história de Lula não vai ser apagada pela vontade um deputado, aqui ou em Brasília, até pelo que Lula disse, no dia em que foi levado coercitivamente a depor, de que não precisa de ministério para se proteger. Foi um tapa na cara de muita gente... As pessoas nas ruas não dão o direito que eles querem para assaltar o país, passar por cima das instituições e da lei... São quatro derrotas seguidas e dói ficar fora do poder. A luta agora é incriminar o Lula, impedir que ele seja candidato em 2018. Mas o povo não é bobo. Alckmin e Aécio foram escurraçados das manifestações. É preciso ter respeito à opinião das pessoas, que têm o direito de se defender”, concluiu.
Tréplica
O deputado Cícero Magalhães (PT) voltou à tribuna, no final da sessão de hoje (17), para reafirmar pronunciamento anterior, em que defendeu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que ele “fez o lado marginalizado do povo brasileiro se sentir gente” durante o seu Governo. Magalhães reiterou que respeita a Polícia Federal porque sabe da qualidade dos servidores do órgão.
Para o deputado, há uma campanha orquestrada para desqualificar e desmoralizar o ex-presidente Lula e que existem pessoas no Brasil travestidas de combatentes da corrupção. Cícero criticou ainda o juiz federal Sérgio Moro, que coordena a Operação Lava-Jato, que teria convocado para depor um “capoteiro”. Segundo ele, mesmo tendo sido liberado, o trabalhador se sentiu constrangido pela forma como foi tratado. O deputado acrescentou que não defende aqueles que cometem deslizes, nem mesmo os que pertencem ao seu partido.