Em festa do PT, Dilma diz que país tem de ter 'orgulho' da Petrobras

07/02/2015 08h43


Fonte G1

Imagem: Reprodução / Site PTDilma discursa no aniversário de 35 anos do PT, em Minas.(Imagem:Reprodução / Site PT)Dilma discursa no aniversário de 35 anos do PT, em Minas.

No dia em que indicou o novo presidente da Petrobras, a presidente Dilma Rousseff aproveitou seu discurso na festa de 35 anos do Partido dos Trabalhadores (PT), em Belo Horizonte, para defender a estatal do petróleo. Diante de dirigentes e militantes petistas – entre os quais o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva –, a chefe do Executivo afirmou que o país tem de ter "orgulho" da Petrobras.

"Estou dizendo que temos de ter orgulho da Petrobras. Nós não podemos aceitar que alguns tentem colocar a Petrobras como sendo uma vergonha para o Brasil. Eu tenho certeza que temos de saber apurar e saber punir, porque é fundamental que a gente não deixe se repetir nenhuma irregularidade na Petrobras",
discursou a presidente no auditório do Minas Centro, centro .

Apesar de ter saído em defesa da Petrobras, Dilma não mencionou ao longo dos 55 minutos de discurso o nome do novo presidente da estatal, Aldemir Bendine. O conselho de administração da petroleira aprovou nesta sexta, "por maioria", a indicação de Bendine para o comando da empresa.

O até então presidente do Banco do Brasil substituirá Graça Foster na presidência da Petrobras. Ela renunciou ao cargo na quarta-feira (4) ao lado de cinco diretores. A troca acontece em meio às investigações de desvio de dinheiro da estatal na Operação Lava Jato.

Preservar a história do PT

Durante o discurso, a presidente afirmou aos militantes que é preciso preservar a história do PT. Na avaliação de Dilma, não se pode “vacilar” ou “ter medo” dos desafios que o partido terá pela frente.

“Nós temos coragem política para fazer com que a gente não desanime diante dos desafios. Tenho certeza que essa coragem política, que cada um de nós deve agora colocar claramente diante de si e dizer que nós não podemos vacilar. Nos não podemos ter medo. Se tiver erro, aqueles que erraram que paguem. Nós temos de preservar a nossa história, a história desse partido, do meu governo e do presidente Lula”,
disse.

Assim como fez na reunião ministerial na Granja do Torno em janeiro, quando cobrou que os ministros reajam a boatos e defendam o governo, a presidente se dirigiu aos militantes do PT e afirmou que eles têm de levar à opinião pública o posicionamento do governo sobre cada tema.

“Nós não podemos permitir que a falsa versão se crie, porque o que acontece muitas vezes é a falsa versão. Nós temos de reagir aos boatos, temos de travar a batalha da comunicação. Temos de levar a posição do governo à opinião pública e, sobretudo, nós não podemos deixar dúvidas”, disse.

Ajuste fiscal

Dilma também usou seu discurso para defender as medidas de ajuste fiscal que seu governo adotou no segundo mandato. Segundo a petista, os aumentos de impostos e cortes de despesas promovidos por sua equipe econômica são fundamentais para assegurar a "estabilidade e a credibilidade" da economia brasileira.

"As mudanças que o país espera para os próximos quatro anos dependem muito da estabilidade e da credibilidade da nossa economia. Nós precisamos garantir a solidez de toda a nossa economia, garantir o controle da inflação, das contas públicas e, enfim, garantir a geração de emprego e renda, que é o objetivo fundamental que nós temos",
destacou Dilma durante seu discurso a dirigentes e militantes do PT.

Festa de 35 anos
O auditório do Minas Centro estava lotado quando a festa de 35 anos do PT começou, por volta das 19h30. Ao serem anunciados, Dilma, Lula e o presidente do Uruguai, José Mujica – convidado especial do PT –, foram ovacionados e aplaudidos de pé pela plateia.

Antes de iniciar o evento, os militantes entoaram tradicionais gritos de guerra petista, como “Olê, Olê, Olá! Lula, Lula!”.

Anfitrião do encontro, o governador de Minas, Fernando Pimentel, se sentou ao lado de Mujica, Dilma, Lula e do presidente do PT, Rui Falcão, na mesa central do evento, que exibia a mensagem “estes filhos teus não fogem à luta.”

Na plateia, estavam quadros antigos do PT, como o ex-ministro da Secretaria-Geral Luiz Dulci, o atual chefe da pasta, Miguel Rossetto, um dos fundadores da legenda, e os ministros Jaques Wagner (Defesa), Pepe Vargas (Relações Institucionais), Patrus Ananias (Desenvolvimento Agrário) e Thomas Traumann (Comunicação Social). Além deles, estavam governadores, como Fernando Pimentel (Minas Gerais), Wellington Dias (Piauí) e Rui Costa (Bahia).

Após discursar, o presidente do Uruguai, José Mujica, falou ao pé do ouvido de Dilma e recebeu dois tapas no ombro. Ela sorriu enquanto ele falava e os dois olharam para o ex-presidente Lula, que discursava no momento.

Reações da plateia

No evento, o secretário de Finanças do PT, João Vaccari Neto, foi aplaudido pela plateia, após pedido do presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Wagner Freitas.

Embora o governador da Bahia, Rui Costa, tenha citado que a vida da população do nordeste antes do governo Lula era “sem água, como no estado de São Paulo”, e a plateia o tenha aplaudido, Dilma e Lula não acompanharam os aplausos. O governador de Minas, Fernando Pimentel, aplaudiu.

Em meio ao discurso do presidente do PT, Rui Falcão, que defendeu como “primeira tarefa” do partido a defesa do governo Dilma, um militante gritou “expulsa a Marta”, e foi aplaudido. A senadora e ex-ministra da Cultura criticou a presidente, o PT e o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante.

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