Flávio gargalha ao imitar reação de Bolsonaro sobre acusações da CPI da Covid: "Piada de mau gosto"

20/10/2021 16h11


Fonte G1

Imagem: ReproduçãoSenador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ)(Imagem:Reprodução)Senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ)

O senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) afirmou nesta quarta-feira que as acusações da CPI da Covid feitas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) são "piada de muito mau gosto" e imitou a risada do pai para mostrar como ele reage aos crimes imputados pelo relatório da comissão.

Questionado por jornalistas sobre como o presidente vai receber o conteúdo do relatório final — que sugere o indiciamento de Bolsonaro por dez crimes cometidos no âmbito da pandemia —, Flávio respondeu:

— Ele receberia da seguinte forma. Conhece aquela gargalhada dele? Ha ha ha. Não tem o que fazer de diferente disso. É uma piada de muito mau gosto — disse o parlamentar. — É um relatório inconstitucional. Não há nada que se aproveite. E ele (Renan Calheiros) prestou um grande desserviço à população — acrescentou.

A versão final do relatório que será lida hoje na CPI recomenda o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro e de outras 65 pessoas. Pelo texto acordado entre parlamentares do grupo majoritário G7, Bolsonaro terá sugestão de indiciamento por dez possíveis delitos, entre eles epidemia com resultado de morte e crimes contra a humanidade, nas modalidades extermínio, perseguição e outros atos desumanos. É a primeira vez na história que uma comissão parlamentar aponta uma lista de crimes tão extensa atribuídos a um presidente da República.

"Esta CPI identifica o Presidente da República Jair Messias Bolsonaro como o responsável máximo por atos e omissões intencionais que submeteram os indígenas a condições de vida, tais como a privação do acesso a alimentos ou medicamentos, com vista a causar a destruição dessa parte da população, que configuram atos de extermínio, além de privação intencional e grave de direitos fundamentais em violação do direito internacional, por motivos relacionados com a identidade do grupo ou da coletividade em causa, que configura atos de perseguição", diz trecho do documento.

Por acordo, Renan aceitou retirar a acusação de genocídio contra a população indígena, e manteve crimes contra a humanidade no lugar. Ele alega que "a população inteira foi sumetida aos efeitos da pandemia, com intenção de atingir a imunidade de rebanho por contágio e poupar a economia, o que configura um ataque generalizado e sistemático no qual o governo tentou, conscientemente, espalhar a doença".

O relator também manteve na lista três filhos do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), todos por suspeita de incitação ao crime através da propagação de notícias falsas. Atendendo a um pedido de seus aliados, Renan retirou a previsão de crime por advocacia administrativa contra Flávio por reconhecer que não havia provas suficientes sobre isso.

Após a apresentação do relatório final na sessão da CPI da Covid, há previsão de pedido de vista (mais tempo para análise), por cinco dias. A votação do parecer deve ocorrer na próxima terça-feira.

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