"Foi Lula quem abriu a porta para ataques ao Haddad", dizem dirigentes do PSD
30/01/2025 09h57Fonte globo.com
"Foi o Lula quem abriu a porta para os ataques ao Fernando Haddad. Ele deu um pito público no ministro, que é criticado pela direção do próprio partido, o PT": essa é a avaliação reservada de um dos mais prestigiados dirigentes do PSD — e parlamentar da base do governo — sobre as críticas feitas de público pelo presidente do partido, Gilberto Kassab, que chamou o titular da Fazenda de "fraco" nesta quarta-feira (29), num movimento incomum para um político reconhecido pelo cálculo minucioso de cada manifestação.A fala de Kassab, cujo partido tem três ministérios no governo Lula e pleiteia mais espaço, soou como música aos ouvidos da oposição bolsonarista. "Ele está pulando do barco a dois anos da eleição. Fica evidente que está cacifando o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, na corrida nacional", diz um líder da aliança que sustentou o governo anterior, formada por PL, Republicanos e PP.
Imagem: Getty Images via BBCFernando Haddad, ministro da Fazenda.
Integrantes do PSD mais alinhados ao governo relativizam, em público, a fala de Kassab.
"O partido tem três ministérios, sim, mas nenhum de seus membros está proibido de criticar o governo. A relação de Kassab e Haddad precede a gestão Lula, tem relação com a sucessão na prefeitura de São Paulo em 2013. Há um ressentimento. Eles nunca se bicaram e sempre foram muito distantes", diz Otto Alencar (PSD-BA).
Apesar dos panos quentes, outros integrantes do partido são taxativos ao apontar que o próprio PT, por meio de sua presidente, Gleisi Hoffmann, cotada para assumir um ministério neste ano, já atacou publicamente teses e planos do ministro.
"Há uma bateção de cabeça desde a gestação da equipe do Lula e ela não está na base, mas no PT. Em Brasília todo mundo sabe que Rui (Costa, ministro da Casa Civil) e Haddad não se topam. Gleisi indo pro governo, aí é que não vai resolver. Haddad levou bronca pública do Lula no episódio do PIX. Ali, era pra ter pedido o chapéu", analisa um parlamentar do centrão.
O ataque especulativo lançado pelo presidente do PSD às portas de uma reforma ministerial na qual o partido pleiteia mais espaço ampliou a sensação na oposição de que o momento de ampliar a pressão sobre Lula é agora.
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