Governador teme colapso e tenta impedir leilão da Cepisa em BrasÃlia
26/07/2016 09h17Fonte Cidadeverde.com
O governador Wellington Dias (PT) vai tentar a última cartada nesta terça-feira (26), em Brasília, para evitar que a concessão da Cepisa não seja renovada pela Eletrobras. Na última sexta-feira, acionistas da empresa decidiram em assembleia que a distribuidora deve ser leiloada até 31 de dezembro de 2017 e, até lá, o governo federal é quem ficará responsável pelos investimentos.Wellington Dias, que se reuniu nesta segunda-feira com a direção da Eletrobras Piauí, disse que ligou para o presidente interino Michel Temer (PMDB) solicitando uma audiência para tratar do assunto e que o peemedebista autorizou que o ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho, o receba nesta terça-feira.
"Tratei ao telefone com o Michel Temer sobre o tema. Nesse instante tenho uma preocupação: a necessidade de ter uma solução nesta terça, que é quando encerra a prorrogação feita pela presidenta Dilma. Como não houve a renovação da concessão eu agora preciso defender isso, além de uma definição sobre a gestão para que a gente não tenha um colapso em um setor essencial que é o setor elétrico. Há a necessidade de prosseguir com a gestão e com os investimentos que estão em curso", defendeu o governador.
Disposto a "brigar" pela Cepisa, o governador disse que viaja a Brasília para defender o interesse do Piauí e que vai colocar na mesa o entendimento. "Estarei defendendo os interesses do Estado, que não abro mão. Vamos colocar na mesa do entendimento. O governo federal abriu essa agenda e que, através do diálogo, possamos chegar a uma solução e evitar problemas no fornecimento de energia no Piauí", declarou.
Wellington Dias teme que haja demissões e que a situação só piore com a não renovação da concessão, prevista inicialmente para mais 30 anos. "Eu temo que haja um processo brusco que resulte em demissão e tenha mais prejuízos do que temos hoje. Estarei nessa agenda defendendo os interesses do povo", afirmou.
O governador deixou claro que foi surpreendido com a decisão de sexta-feira, mesmo a Eletrobras Piauí cumprindo as metas previstas para 2016. "Pelos dados que eu tenho da empresa, por isso fiz uma agenda no dia de hoje com a direção da Eletrobras Piauí, ela alcançou as metas que foram estabelecidas pela Agência Nacional do Setor Elétrico e, por isso, teria o direito à renovação da concessão", explica.
Segundo Wellington Dias, o certo seria a renovação da concessão e, a partir daí, prosseguir com o saneamento da empresa. "O Piauí inteiro sabe que minha posição é de defender a renovação da concessão para que se tenha a condição da continuidade da gestão. De outro lado prosseguir o saneamento da empresa e, a partir daí, ter uma tomada de decisão. Repito que a empresa é federal, mas na condição de governador eu me preocupei", desabafa, ressaltando que foi surpreendido com a decisão dos acionistas da Eletrobras.
"A Eletrobras é uma empresa federal desde 1997. Eu não era governador. Na última sexta-feira eu fui surpreendido com o resultado da assembleia que tinha como objetivo a renovação da concessão. A expectativa era uma renovação por mais 30 anos e confesso que fui surpreendido com o resultado", concluiu.
Entenda o caso
Na última sexta-feira (22), a 165ª Assembleia Geral Extraordinária de acionistas da Eletrobras aprovou a transferência do controle acionário da Eletrobras Piauí (Cepisa) até 31 de dezembro de 2017. Além do Piauí, serão leiloadas as distribuidoras do Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima e Alagoas. Os acionistas decidiram que até a transferência para o novo controlador, a distribuidora deve receber diretamente da União Federal ou através de tarifa, todos os recursos e remuneração necessários para operar, manter e fazer investimentos que forem relacionados aos serviços públicos.
A assembleia aprovou, por maioria, que sejam devolvidas, a qualquer tempo, a concessão da Cepisa ao Estado caso não haja a transferência de controle acionário até 31 de dezembro de 2017 ou a respectiva distribuidora deixar de receber diretamente, da União Federal ou através de tarifa, até a sua transferência para o novo controlador, todos os recursos e remuneração necessários para operar, manter e fazer investimentos que forem relacionados aos serviços públicos.
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