Governo avalia ceder em pontos da reforma, mas quer manter "núcleo"
04/02/2018 08h35Fonte G1
A duas semanas da votação da reforma da Previdência, articuladores políticos do Palácio do Planalto ouvidos pelo G1 afirmam que o governo está disposto a ceder em alguns pontos para aprovar a proposta, desde que o "núcleo" do projeto seja mantido.
Pelo calendário anunciado ainda no ano passado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a discussão sobre a reforma deverá começar na próxima semana. A votação está marcada para o próximo dia 19.
O recesso parlamentar terminará nesta segunda (5), quando o Congresso Nacional retomar as atividades. Com isso, os deputados retornarão a Brasília durante os próximos dias, levando o Planalto a intensificar as articulações para aprovar a reforma.
Nesta segunda, por exemplo, Rodrigo Maia deverá oferecer um jantar a lideranças partidárias para a base aliada do governo calcular o número de deputados que apoiam a reforma.
De acordo com o líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-CE), as bancadas serão ouvidas nos próximos dias, apresentando as respectivas demandas.
Segundo o deputado, diante da proximidade do Carnaval, o governo terá até quarta (7) para conversar com os deputados e avaliar o que fazer.
"Esse limite [do que pode ser alterado no texto] quem vai ditar é a viabilidade de aprovação. Não adianta você ter uma proposta que é inexequível do ponto de vista dos votos", disse.
Trechos "inegociáveis"
Com o objetivo de aprovar a reforma ainda neste mês, ministros das áreas política e econômica já dizem publicamente ser possível modificar trechos do projeto. Há, contudo, dois pontos "absolutamente inegociáveis", segundo o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha.
Entre esses pontos está a idade mínima de 65 anos para homens poderem se aposentar e de 62 anos para mulheres. Essa idade passará a valer daqui a 20 anos, após a fase de transição.
Outro ponto é o que unifica o limite da aposentadoria paga pelo INSS a trabalhadores da iniciativa privada e a servidores públicos. O valor atual é de R$ 5,6 mil.
Nesta sexta (2), o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, também reconheceu, em entrevista coletiva, a possibilidade de aceitar "pequenas alterações" na reforma para garantir a aprovação. Segundo ele, as mudanças não vão resultar em uma proposta "desfigurada".
Nesta sexta (2), o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, também reconheceu, em entrevista coletiva, a possibilidade de aceitar "pequenas alterações" na reforma para garantir a aprovação. Segundo ele, as mudanças não vão resultar em uma proposta "desfigurada".
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