Governo não comentará morte de general do Irã por não ter "poderio bélico dos EUA", diz Bolsonaro

04/01/2020 11h15


Fonte G1

O presidente Jair Bolsonaro afirmou na tarde desta sexta-feira (3) que o governo brasileiro não vai se manifestar sobre a morte do general iraniano Qassem Soleimani por não ter o "poderio bélico" dos Estados Unidos.

"Eu não tenho o poderio bélico que o americano tem para opinar neste momento. Se tivesse, eu opinaria", afirmou ao ser questionado sobre como o Brasil via a atitude dos Estados Unidos.

Soleimani foi morto nesta quinta-feira (2) em Bagdá, no Iraque, em um bombardeio ordenado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O general era o líder da Força Al Quds, unidade especial da Guarda Revolucionária.

Bolsonaro disse que, por enquanto, está descartada manifestação do Brasil sobre o tema por meio do Itamaraty. O presidente foi questionado pelos jornalistas na saída de um hospital em Basília onde a primeira-dama Michelle Bolsonaro está internada por conta de uma cirurgia plástica.

O presidente afirmou conversar com autoridades americanas e que os dois países são aliados em muitas questões. Porém, não detalhou o posicionamento do Brasil diante dos Estados Unidos e se limitou a dizer que essas conversas são reservadas.

Sobre se haveria alguma sanção por parte do Brasil, Bolsonaro disse: "Não, não há. Tudo fica no radar, tudo fica na mesa".

O presidente disse saber do poderio bélico e econômico do Brasil, que, diz ele, deixou muito a desejar nos últimos trinta anos.

"Uma corrida para recalcar as Forças Armadas num nível mais baixo possível. Por que? Porque nós sempre fomos o último obstáculo para o sonho deles que era o socialismo e isso nós levamos em conta. Você não faz as Forças Armadas, não recupera de uma hora pra outra. Acredito que nós devemos ter umas Forças Armadas melhor preparada belicamente e material para os próximos anos", completou.

Sobre se há uma meta de investimentos nas Forças Armadas, Bolsonaro disse que devem ser de acordo com o andamento da economia.

"Agora, no meu entender, é investimento, é garantia, é a certeza de democracia e liberdade as Forças Armadas", afirmou.

Petróleo
Nesta sexta, Bolsonaro reuniu-se com o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, para tratar da morte do general iraniano.

De acordo com o presidente, há uma estratégia sobre "como proceder no desenrolar dos fatos" e que o mais preocupante é uma eventual alta do petróleo.

Bolsonaro disse ter conversado com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, e que a expectativa é a de que os preços voltem à normalidade em poucos dia, a exemplo do que ocorreu em setembro quando drones bombardearam instalações de petróleo da Arábia Saudita.

Caso o preço do petróleo dispare, Bolsonaro afirmou que "com toda certeza" será necessário tomar providência.

"Eu converso com o almirante Bento (ministro de Minas e Energia), com o presidente da Petrobras e com o Paulo Guedes e nós temos uma linha de não interferir, mas acompanhar e buscar soluções. A gente apela aos governadores. Vamos supor que aumente 20% o preço do petróleo, vai aumentar 20% o ICMS, não dá para os governadores cederem um pouco nisso também? Porque todo mundo perde. Quando você mexe em combustível, toda nossa economia é afetada nesta questão", afirmou.

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