Governo prepara agentes de saúde para atendimento a índios e quilombolas

31/03/2016 16h50


Fonte Governo do Piauí

A visão de inclusão social da agente comunitária de saúde Leila Adriana Lima teve uma mudança significativa depois de participar do Curso de Educação Popular em Saúde, realizado pela Secretaria de Estado da Saúde no município de Piripiri, pelo qual recebeu o certificado, junto com outros 146 agentes, na quarta-feira (30).

Imagem: Samara augustaClique para ampliarGoverno prepara agentes de saúde para atendimento a índios e quilombolas.(Imagem:Samara augusta)

Segundo a agente, que também é índia da etnia Guajajara e coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Piauí (Apoip), a partir de agora, o elo entre os agentes públicos de saúde e os povos indígenas ganha força “porque precisamos de um serviço de saúde eficaz e o índio tem seu diferencial pela sua cultura, especialmente no nosso caso que estamos num território indígena em contexto urbano, não temos aldeias. Então fica parecendo que não existimos. Agora, com esse apoio que estamos tendo do Estado e do Município, ganhamos uma atenção que supre não só a saúde, mas também a questão da educação, socialização e resgate da formação cultural porque é tudo interligado”, disse Leila Adriana.

No Piauí, de acordo com dados do IBGE, existem 2.944 índios, 1.333 em Teresina e 1.611 no interior do estado. “Somente em comunidades de Piripiri, trabalhamos com mais de 300 famílias nos bairros petecas, floresta, germano e outros”, conta a agente de saúde.

Outras populações atendidas pelas políticas de equidade em saúde e alcançadas pelos agentes comunitários capacitados pelo curso são os quilombolas, comunidades também presentes na região de Piripiri.

Na avaliação do coordenador das comunidades quilombolas do território dos Cocais, Antônio Soares (Totonho), o trabalho polivalente dos agentes no atendimento ao público diversificado, requer o conhecimento cultural a respeito dessas pessoas que não costumam se identificar como tal por medo de discriminação e constrangimento.

“Nesse sentido, os agentes trabalham dialogando com as pessoas e o curso veio ampliar o conhecimento cultural dos ACSs para quando ele chegar à comunidade ter um direcionamento em consonância com os costumes da família a qual ele está consultando. Isso melhora a autoestima dessas pessoas, saber que está sendo compreendida”,
analisa Totonho.

Realizado pela Secretaria de Estado da Saúde, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Núcleo de Saúde em saúde Pública da Universidade Federal do Piauí (Nesp/UFPI), o Curso de Educação Popular em Saúde já formou 1.300 agentes comunitários de saúde no estado.

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