Luciano Nunes pede convenção extra para PSDB substituir Aécio

09/07/2017 11h05


Fonte Cidadeverde.com

O PSDB atravessa um momento delicado. De um lado, a divisão quanto a ser ou não ser governo. De outro, a dúvida sobre o próprio comando do partido, onde o senador Tasso Jereissati (CE) exerce uma presidência interina que perde força sob a sombra do titular: o senador Aécio Neves (MG), envolvido até a alma nas delações da JBS. Essa situação gera reações nos principais membros do PSDB, nada confortáveis com os dilemas que têm.

No Piauí, uma das principais lideranças tucana levanta a mão para pedir providências que levem à saída dessa encruzilhada. Trata-se do deputado estadual Luciano Nunes, que defende a realização de uma convenção extraordinária para escolha do substituto de Aécio Neves.

Imagem: AlepiDeputado Luciano Nunes (PSDB)(Imagem:Alepi)Deputado Luciano Nunes (PSDB)

Para Luciano, Aécio deve deixar o comando do partido, dando lugar a um presidente efetivo. Longe da presidência, o senador mineiro ficará livre para cuidar da própria defesa. Até porque essa não é uma tarefa pequena: isso, por si só, é suficiente para tirar o foco das preocupações que norteiam o partido com vistas às eleições de 2018.

Um presidente efetivo poderia dedicar toda a atenção à definição das estratégias, bem como o encaminho das discussões mais importantes. Luciano diz que o senador Tasso Jereissati tem se mostrado sereno e firme, sem atropelar as divergências internas. Mas não pode ir mais além, já que a interinidade tira parte da força do trabalho que faz, especialmente quanto ao desenho dos passos futuros.

É nesse sentido que defende uma convenção extraordinária que escolha o substituto de Aécio no comando tucano. E logo.

Ser ou não ser governo

Se depender do ânimo dos tucanos piauienses, o PSDB já teria deixado o governo Temer. O próprio deputado Luciano Nunes chegou a defender a decisão da executiva que, há quase duas semanas, recuou da intenção de romper com o governo. O entendimento era que, naquele momento, a ruptura agravaria a crise do país, sem outras alternativas.

Na verdade, a divisão do partido praticamente ao meio – metade pela ruptura, metade pela manutenção do apoio ao governo – foi o que impediu o afastamento. Mas os ventos estão mudando. Primeiro, a volta de Aécio, que deu sinais de que não vai deixar a presidência do PSDB e que deseja seguir apoiando Temer. Segundo, a situação de Temer, cada vez mais enfraquecido politicamente.

Com a alternativa Rodrigo Maia ganhando força para eventual substituição do presidente, o PSDB se sente mais à vontade para abandonar o barco. E isso pode nem demorar muito.

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Tópicos: governo, partido, comando