Mesa redonda vai discutir duplicação de BRs e ponte sobre o Rio ParnaÃba
19/11/2015 09h49Fonte Alepi
Uma mesa redonda na próxima segunda-feira (23), às 9h, no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Piauí, em Teresina, vai discutir a construção de uma nova ponte sobre o Rio Parnaíba, ligando Teresina a Timon, no Maranhão, e a duplicação das rodovias BR-316 e BR-343, iniciadas no governo Wilson Martins, mas que estão paradas.A iniciativa do debate foi do deputado federal Silas Freire (PR-PI), que alerta para o grande número de mortes registradas nessas rodovias, principalmente por serem vias de pistas simples, sem duplicação, ao contrário da maioria das BRs que dão acesso às capitais brasileiras.
Silas Freire lembra que a grande parte dos acidentes com vítimas fatais acontecem na entradas da capital, nas duas BRs citadas, em colisões frontais. A duplicação dessas duas rodovias reduziria o número de acidentes e, consequentemente, e de vítimas nesses dois trechos.
Além das instituições ligadas ao tema, foram convidados os integrantes das bancadas federal do Piauí no Congresso, autoridades do governo dos dois estados, entidades de classe e representantes da sociedade.
Números
Em 2014, foram registrados 168,5 mil acidentes em rodovias federais, que deixaram 100,3 mil feridos e 8,2 mil mortos. Os dados foram divulgados no começo de fevereiro deste ano pela Polícia Rodoviária Federal. Segundo a corporação, o índice de ocorrências caiu na comparação com 2013: foram 15,3% menos acidentes. A taxa de feridos baixou 9,2% e a de mortalidade reduziu 8,4% em relação ao ano anterior.
A PRF analisa os resultados associados à frota de veículos do país, que, no ano passado, atingiu a marca de 86,7 milhões de veículos, com alta de 6,2% na comparação com 2013. Conforme o levantamento, a maioria dos acidentes é ligada ao comportamento humano. Falta de atenção, velocidade incompatível e ultrapassagens indevidas lideram as causas de acidentes fatais. Esses fatores corresponderam, respectivamente, a 32%, 20% e 12% dos casos.
As colisões frontais representem 4% do total das ocorrências, elas lideram os casos em que há vítimas fatais, respondendo por 35% dos óbitos nas rodovias. Além disso, o balanço da PRF aponta que 73% das colisões e das mortes ocorreram em retas.
A maioria das rodovias federais é de pista simples, o que agrava o risco. “Mais de 95% das nossas rodovias federais são de pista simples. O DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) têm trabalhado para, nesses trechos mais críticos, duplicar rodovias ou, pelo menos, criar a terceira faixa. E, desse modo, minimizar as mortes.
O problema foi destacado pela Pesquisa CNT de Rodovias 2014. Conforme o estudo da Confederação Nacional do Transporte, aproximadamente 90% das rodovias (considerando federais, estaduais e concedidas) são de pista simples no país. O relatório do estudo lembra que “embora a presença de pista dupla não seja um pressuposto essencial ao adequado nível de serviço, vias duplicadas propiciam o aumento na capacidade de tráfego e um grau mais elevado de segurança”. Clique aqui para saber mais sobre o levantamento da CNT.
O balanço da PRF destaca, ainda, que sábados e domingos são os dias em que mais pessoas perdem a vida em acidentes de trânsito nas BRs. Aproximadamente 40% das mortes ocorreram aos finais de semana.
Entre as infrações mais cometidas, estão excesso de velocidade, ultrapassagens indevidas pela contramão e falta de cinto de segurança.
A Polícia Rodoviária Federal chama a atenção, também, para as ocorrências envolvendo motocicletas. Conforme o balanço, o índice de mortes nessas situações é cinco vezes maior do que quando há apenas automóveis envolvidos: foram 11 óbitos para cada mil carros e 55 mortes para para cada mil motos.
Na década
O número de acidentes em rodovias federais aumentou 50,3% entre 2004 e 2014, passando de 112,5 mil para 169 mil, como reflexo direto do aumento da frota nacional em 136,5%. O custo social desses acidentes atingiu R$ 12,3 bilhões no ano passado somente nas rodovias federais, levando em conta desde gastos com saúde até a perda de capacidade de trabalho das vítimas e, nos casos de morte, o empobrecimento da família. A estimativa sobe para R$ 40 bilhões ao somar o impacto das estradas municipais e estaduais. Já o custo médio por acidente foi de R$ 72,7 mil por vítima em 2014. Em casos com morte, o valor sobe para R$ 646,7 mil. Os dados foram apresentados são do Instituto de Pesquisa de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), após estudo feito em parceria com a Polícia Rodoviária Federal.
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