PEC dos CombustÃveis defendida por Bolsonaro sofre resistência dentro do próprio governo
27/01/2022 10h40Fonte g1
Imagem: reprodução
A PEC dos Combustíveis, com a qual o presidente Jair Bolsonaro espera conter a alta da gasolina, do diesel e do gás de cozinha, sofre resistência dentro do próprio governo.A proposta, que pode zerar ou reduzir tributos cobrados sobre combustíveis, deve ser enviada ao Congresso Nacional na semana que vem, quando os parlamentares retomarão os trabalhos.
Segundo apurou o blog, a área econômica avalia que o efeito esperado com a proposta pode ser anulado ou até mesmo ir no sentido contrário, contribuindo para a alta dos combustíveis no país.
A principal crítica é a possibilidade de zerar ou reduzir tributos federais sem uma compensação com a criação de uma nova receita ou corte de despesas.
Neste caso, diante da decisão do governo de abrir mão de uma receita sem ter compensação, a reação do mercado financeiro será negativa porque a medida deve, na prática, piorar as contas públicas.
Isso porque, na prática, o valor do dólar tende a subir, o que é levado em conta pela Petrobras justamente na hora de definir o preço dos combustíveis.
Somente em tributos federais, como PIS, Cofins e Cide, o governo poderia abrir mão de R$ 57 bilhões.
Por isso, dentro do governo, há uma proposta de que seja abandonada a ideia de a redução de tributos possa ser feita sem uma compensação, o que seria um drible na Lei de Responsabilidade Fiscal, que exige corte de despesas ou aumento de receita.
Uma ideia em discussão é usar recursos de privatizações, como a venda de ações da Eletrobras, que pode acontecer ainda neste ano, e também a privatização dos Correios, que ainda não foi aprovada pelo Congresso.