Prefeito José Joaquim pode ser preso por negligência médica
12/10/2015 08h55Fonte GP1
Tramita no Tribunal de Justiça ação penal contra o prefeito de Cabeceiras do Piauí, José Raimundo de Sousa Carvalho. De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público, o gestor é acusado dos crimes de lesão corporal e por realizar procedimento de esterilização de forma irregular em uma paciente, na época que exercia a função de médico.Imagem: DivulgaçãoPrefeito de Cabeceiras José Joaquim de Sousa Carvalho.
Segundo consta no processo administrativo, no dia 27 de janeiro de 2012, José Joaquim, que exercia a função de médico em sua cidade natal Barras, realizou o procedimento de laqueadura em Keliane de Sousa Martins, que na época tinha 24 anos sem seu consentimento e sem a permissão do seu esposo, José Bispo da Cunha Filho, o que configura um crime. A cirurgia foi realizada às 15h no Hospital Leônidas Melo, em Barras, região norte do Piauí. Após alguns meses, a vítima contraiu uma infecção na região abdominal e procurou novamente o médico. Para tentar reverter o quadro clínico da paciente, José Raimundo realizou mais dois processos cirúrgicos em Keliane.
O Ministério Público Estadual, através do então procurador geral de Justiça, Alípio de Santana Ribeiro, entendeu que o atual prefeito foi negligente e fez denúncia ao Tribunal de Justiça.
O prefeito pode pegar de três meses a um ano de detenção pelo crime de lesão corporal, e se for condenado pela realização da cirurgia, o gestor pode cumprir de dois a oito anos de prisão, além de ser multado.
Recebimento de denúncia
A 1° Câmara Especializada Criminal do Tribunal de Justiça do Piauí decidiu receber a denúncia no dia 11 de fevereiro de 2015. O relator da ação é o desembargador Edvaldo Pereira de Moura.
No dia 25 de setembro de 2015, o relator determinou a expedição da carta ao Juízo de Direito da Vara única da Comarca de Barras, para que ocorra a citação do prefeito no prazo de 30 dias.
Outro lado
Em conversa com o GP1, o prefeito José Raimundo afirmou que a denúncia feita ao Ministério Público é infundada e foi motivada por interesses políticos.
Segundo o gestor, ele já exerce a profissão de médico há mais de 25 anos e não responde a nenhum processo pelo Conselho Regional de Medicina (CRM).
“Essa mesma denúncia também foi feita no CRM e no TCE. O CRM investigou e comprovou que eu era inocente. Já no TCE o caso foi arquivado. Agora estou aguardando marcarem a data da audiência do Tribunal de Justiça. Essa denúncia só tem interesse político, um grupo queria me tirar do poder. Pagaram essa paciente pra mentir, ela até me ligou essa semana pra pedir desculpas e pra dizer que vai contar toda a verdade no Tribunal ”, defendeu-se.
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