Presidente da CBF deve ser ouvido na CPI das apostas, diz deputado

30/05/2023 13h51


Fonte G1 PI

Imagem: Ilanna Serena/g1Deputado federal Júlio Arcoverde (Progressistas)(Imagem:Ilanna Serena/g1)Deputado federal Júlio Arcoverde (Progressistas)

O deputado federal, Júlio Arcoverde (PP-PI), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das apostas, afirmou que o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, pode ser ouvido nas oitivas.

A CPI foi instaurada na última quarta-feira (24) e investiga a manipulação de resultados em partidas de futebol. Segundo Júlio Arcoverde (PP-PI), o primeiro passo é ouvir todos os envolvidos na operação “Penalidade Máxima”, de Goiás.

“Os jogadores, sindicatos dos jogadores, sindicatos dos árbitros, associação de empresas de postas, entidades de futebol, todos participarão das oitivas”
, pontuou.

O deputado ressaltou ainda que será feita uma apuração acirrada para não cometer erros que possam manchar a imagem dos jogadores que não forem culpados.

“Estamos falando de uma paixão nacional que gera emprego, renda e mídia. Não podemos ser covardes e apontar alguém inocente, assim como não iremos inocentar os culpados”,
afirmou.

Entenda o caso

Instalada na última quarta-feira, a CPI das Apostas terá como ponto de partida a Operação Penalidade Máxima, conduzida pelo Ministério Público do estado de Goiás e que revelou indícios de manipulação de resultados nas Séries A e B do Campeonato Brasileiro, além de torneios estaduais.

O presidente da comissão, deputado Júlio Arcoverde (PP-PI), que também é ex-presidente do River-PI, acredita que crimes do tipo sempre existiram, mas cresceram em quantidade com o surgimento dos sites de apostas e a possibilidade de apostar em vários cenários, e não apenas no resultado da partida.

Na condução dos trabalhos, o deputado defende que a CPI puna os envolvidos nos esquemas, mas que também busque soluções para o setor. No plano de trabalho da comissão, que será apresentado oficialmente nesta terça-feira, consta a apresentação de projetos de lei para regulamentação das apostas no Brasil.

O que é a operação Penalidade Máxima?

As investigações começaram no final do ano passado, depois que o volante Romário, do Vila Nova-GO, aceitou uma oferta de R$ 150 mil para cometer um pênalti no jogo contra o Sport pelo Campeonato Brasileiro da Série B. Ele recebeu um sinal de R$ 10 mil, e só teria os demais R$ 140 mil após a partida. Como não foi relacionado, tentou cooptar colegas de time – sem sucesso.

A história então vazou e o presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo, ele próprio um policial militar, investigou o caso e entregou as provas para o Ministério Público de Goiás. A primeira denúncia, feita há dois meses, indicava que havia três jogos suspeitos na Série B do ano passado. Mas, como o ge publicou, havia a suspeita de muito mais jogos, em várias competições, o que faria a operação se tornar nacional. Foi o que aconteceu. As suspeitas agora chegaram à Série A.

No total, 15 jogadores de diferentes clubes foram denunciados pelo Ministério Público nas duas fases da operação e viraram réus por participarem do suposto esquema.

São eles: Romário (ex-Vila Nova), Joseph (Tombense), Mateusinho (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Cuiabá), Gabriel Domingos (Vila Nova), Allan Godói (Sampaio Corrêa), André Queixo (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Ituano), Ygor Catatau (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Sepahan, do Irã); Paulo Sérgio (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Operário-PR); Eduardo Bauermann (Santos); Gabriel Tota (Ypiranga-RS); Victor Ramos (Chapecoense); Igor Cariús (Sport); Paulo Miranda (Náutico); Fernando Neto (São Bernardo); Matheus Gomes (Sergipe)

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Tópicos: deputado, jogadores, apostas