Processo contra o prefeito Doge leva 2 anos para chegar ao TJ
18/11/2015 09h47Fonte GP1
Tramita no Tribunal de Justiça um inquérito policial contra o prefeito de Simões, Francisco Dogizete Pereira, conhecido popularmente por Doge. Segundo a denúncia oferecida pelo Ministério Público, entre os crimes atribuídos ao prefeito, estão formação de quadrilha e desvio de dinheiro público.A denúncia foi feita ao Ministério Público em 2013, entretanto os autos do processo demoraram quase dois anos para chegarem ao Tribunal de Justiça, órgão compente para processar e julgar prefeitos.
Imagem: DivulgaçãoFrancisco Dogizete Pereira.
Envio da denúncia
O promotor Francisco de Jesus Lima requereu que os autos do processo fossem enviados ao Ministério Público no dia 15 de julho de 2013. O juiz Valdemi Alves, na época responsável pela Comarca de Simões, atendeu a solicitação do promotor no dia 30 de agosto de 2013. Mas a denúncia só chegou ao Tribunal de Justiça em fevereiro de 2015, quase dois anos depois.
No dia 23 de março de 2015, o desembargador Erivan Lopes, relator da ação, devolveu os autos do processo à Delegacia de Combate aos Crimes de Ordem Tributária, Econômica e Relações de Consumo (DECCOTEC), e determinou um prazo de 60 dias para a conclusão de um novo inquérito policial.
Novo inquérito é nescessário
Em entrevista ao GP1, o promotor Francisco de Jesus disse que o pedido da abertura de um novo inquérito é totalmente desnecessário, pois de acordo com ele, as provas apresentadas já são contundentes o bastante.
Imagem: : Lucas Dias/GP1Promotor Francisco de Jesus.
“Fiz o papel do Ministério Público, fiz as denúncias, eu mesmo atestei os crimes, visitei os locais que menciono no processo para atestar tudo. Se houvesse a necessidade de novas investigações, eu mesmo teria feito isso. Eu só faço uma denúncia quando eu estou convicto. Ouvi testemunhas, ouvi o próprio prefeito da época e ele mesmo não soube justificar nada. O atual gestor ainda vai protelar este processo enquanto ainda caber recursos, ele vai protelar até que passe sua gestão”, explicou o promotor Francisco de Jesus.
Sobre a denúncia
A denúncia foi feita durante a gestão de Edilberto Abdias de Carvalho, que foi prefeito de Simões entre os anos de 2008 e 2013. Ele teve o mandato cassado no ano de 2013 e após a realização de novas eleições, Doge assumiu o cargo de prefeito do município.
Além do ex-prefeito Edilberto, também foram denunciados o atual prefeito Doge, que era tesoureiro na antiga gestão, a ex-secretária de educação Maria Claudiceia, o ex-secretário de administração, Raimundo Leite e o ex-secretário de obras, José Wilson.
Conforme consta no processo, entre os crimes atribuídos aos acusados estão: formação de quadrilha, desvio de dinheiro público, realização de inúmeras despesas sem o atendimento ao devido processo licitatório, licitação simulada, além de favorecimento de pessoas e de terceiros.
Crimes
Entre os crimes mencionados na ação, o promotor cita que na gestão de Edilberto, houve o desvio no valor de R$ 146.000 destinados ao pagamento de consignados em folha de funcionários públicos junto a Caixa Econômica Federal.
Ainda segundo o promotor, os acusados realizaram superfaturamento na construção de quiosques na Praça de Simões. A licitação no valor de R$ 96.141, 38 foi paga antes mesmo de iniciar a obra. As notas de empenhos apresentadas pelo promotor comprovam o superfaturamento de licitação e prestação de serviços. Outras notas que foram emitidas e pagas comprovam o pagamento de serviço inexistente.
A antiga gestão também contratou a empresa Ambientar Construções e Serviços e Obras LTDA, para reformar a praça, mas segundo Francisco de Jesus, a reforma não foi realizada.
Conforme consta no processo, o ex-prefeito junto com o tesoureiro (atual prefeito Doge) e a ex-secretária de educação, Maria Claudiceia, terceirizaram o transporte escolar do município, através da contratação da empresa ASS Serviços de Simões, segundo o promotor com valores astronômicos de R$ 1.120.633,53.
O ex-prefeito e o atual também são acusados pelo promotor, de contratarem os serviços de um carro pipa no valor de R$ 10.299,16, para beneficiar famílias da zona rural. Porém, o veículo nunca foi utilizado, pois estava desmontado em uma oficina.
A pena
Se condenados, o ex-prefeito pode pegar a pena de dois a doze anos de reclusão e os demais de três meses a três anos de reclusão.
O atual prefeito Doge pode perder o cargo e ficar inelegível por cinco anos, além de ter as contas e bens bloqueados pelo Tribunal de Justiça.
Outro lado
O GP1 tentou contato com o prefeito Doge através de seu telefone pessoal, mas ele não atendeu as nossas ligações e não retornou.
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