PSDB decide afastar Aécio da presidência do partido

18/05/2017 13h32


Fonte Cidadeverde.com

Imagem: DivulgaçãoClique para ampliarSenador Aécio Neves (PSDB)(Imagem:Divulgação)Senador Aécio Neves (PSDB)

O PSDB decidiu nesta a quinta-feira que irá afastar o senador Aécio Neves da presidência do partido, mas aguardará o áudio da gravação do presidente Michel Temer comprando o silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha para selar o rompimento com o governo. Os ministros tucanos já estariam de acordo com a decisão.

Para o lugar de Aécio, deve assumir o deputado Carlos Sampaio (SP). Ele será indicado pela bancada do partido na Câmara. Sampaio é vice-presidente juridico do PSDB e promotor de Justiça.

Conforme o Globo publicou, Joesley também gravou o presidente Michel Temer negociando o pagamento de mesada ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha para que ele ficasse calado.

O que sabemos

- STF afasta do cargo o senador Aécio Neves (PSDB), que teria pedido R$ 2 milhões a donos da JBS;
- Procuradoria pediu prisão de Aécio, mas ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, decidiu não enviar o caso para deliberação do plenário do Supremo;
- Irmã de Aécio Neves, Andrea, foi presa em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte (MG);
- Primo de Aécio e Andrea, Frederico Pacheco de Medeiros, foi preso sob suspeita de ter recebido dinheiro do empresário da JBS direcionado a Aécio;
- Divulgação do áudio paralisou a discussão sobre as reformas da Previdência e trabalhista.

O principal partido aliado ao governo Michel Temer (PMDB) deverá entregar seus cargos, defender a saída do presidente por renúncia ou impeachment e a realização de eleições indiretas no Congresso Nacional. A decisão deve ser tomada hoje à tarde, e alguns líderes defendiam que apenas era preciso esperar a divulgação do áudio da gravação em que Temer apoia a compra de silêncio de delatores da Lava Jato.

O rompimento está sendo discutido pelos líderes tucanos, que deverão divulgar uma nota com a posição final ainda nesta quinta (18). O consenso que se forma é de que só isso garantirá a sobrevivência mínima do partido. O partido tem quatro ministros no governo, e um deles (Bruno Araújo, Cidades) já defendia o desembarque na noite de quarta (17).

A gota dágua, além do escândalo envolvendo diretamente Temer, foi a operação da Lava Jato contra Aécio Neves (MG). O senador afastado deixou o comando do partido, que dominava desde a campanha de 2014, na qual quase foi eleito presidente contra Dilma Rousseff (PT).