Sem provas, Janones sugere armação em atentado a Trump e o associa a facada em Bolsonaro
14/07/2024 13h27Fonte O Globo
Imagem: Luis Macedo / Câmara dos DeputadosO deputado federal André Janones
O deputado federal André Janones (Avante-MG) comparou o ataque a tiros contra o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump ao atentado sofrido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na campanha eleitoral de 2018. Janones usou a expressão "fakeada" para aproximar os dois episódios ao dizer que o Bolsonaro teria ido aos Estados Unidos, após terminar o mandato, para "fazer escola".
O termo "fakeada" é comumente usado para sugerir que o ataque sofrido em Juiz Fora (MG) pelo, até então, candidato a presidência seria uma armação, hipótese já refutada pela investigação da Polícia Federal (PF). Na publicação feita no X neste sábado, o deputado federal também se referiu a Bolsonaro como "miliciano" e disse, no post seguinte, que "dessa vez lembraram de providenciar o sangue".
Imagem: Reprodução XAndré Janones em publicação feita no X
Nos comentários, a fala de Janones foi criticada por apoiadores de Bolsonaro e por usuários do X que apontam a diferença entre a declaração do deputado, que faz parte da base do governo Congresso Nacional, e a postura adotada pelo Palácio do Planalto. Em comunicado oficial, o presidente declarou que "“o atentado contra Trump deve ser repudiado veementemente por todos os defensores da democracia e do diálogo na política”.
Comparações entre os tiros e a facada
Aliados do ex-presidente Bolsonaro também relacionaram o atentado durante o comício de Donald Trump neste sábado à facada sofrida pelo então candidato na campanha de 2018. O próprio Bolsonaro prestou solidariedade a Trump em publicação nas redes sociais, na qual também informou que verá o colega "na posse" -- antevendo uma vitória trumpista na eleição presidencial dos Estados Unidos neste ano.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do ex-presidente brasileiro, publicou nas redes o momento em que barulhos de tiros são ouvidos no comício de Trump, que leva as mãos ao rosto e se abaixa. Flávio associou o episódio a adversários que estão "sempre tentando resolver as coisas na bala ou na faca". "Alguma semelhança?", questionou o senador.
Aliado de Flávio e responsável pela segurança de Bolsonaro durante a campanha de 2018, após o atentado em Juiz Fora, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) publicou em suas redes sociais uma colagem com fotos dos ex-presidentes brasileiro e americano após os respectivos ataques.
Um dos filhos de Bolsonaro, Jair Renan, pré-candidato a vereador em Balneário Camboriú (SC) pelo PL, compartilhou a mesma imagem e foi mais explícito na comparação. "E a História se repete! Se não podem vencer, tentam matar. Trump irá voltar", escreveu o filho caçula de Bolsonaro.
O vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL) também associou os tiros no comício de Trump ao atentado sofrido pelo pai na campanha de 2018, e ironizou detratores que associaram a facada de 2018 à ação de "um lobo solitário" ou a um "ato forjado". A investigação da Polícia Federal sobre o atentado contra Bolsonaro concluiu que o autor do ataque, Adélio Bispo de Oliveira, agiu sozinho, e constatou que ele carregava uma faca com lâmina afiada capaz de causar "feridas incisas".
Outros aliados de Bolsonaro no Congresso Nacional, como o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG), usaram frases similares para descrever o ataque no comício de Trump, sempre com alusões ao episódio ocorrido no Brasil,"Já vi esse filme antes", escreveu Cleitinho. "A história se repete", completou Nikolas, na mesma rede social.
Confira as últimas notícias sobre PolÃtica: florianonews.com/politica
Siga @florianonews e curta o FlorianoNews